O Brasil conta com uma população de R$ 35 milhões de jovens, grupo que compreende pessoas entre 14 e 24 anos, de acordo com dados inéditos do Ministério do Trabalho e Emprego. Desse total, apenas 14 milhões tem ocupações, classificação que representa graus diferentes entre quem estuda, trabalha e exerce ocupações informais.
Esses números devem estar no centro das discussões da primeira edição do Empregabilidade Jovem Brasil, evento organizado pelo CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola) e que acontece nesta sexta-feira, 26, em São Paulo, a partir das 09h.
“Um dos grandes problemas nacionais que a gente tem, pensando até em futuro do país, é que nada vai acontecer se o jovem brasileiro não tiver estudo e trabalho. Não tem nem como a gente pensar em algum tipo de futuro sem isso e hoje a juventude representa o maior percentual de desempregados”, afirma Rodrigo Adib, superintendente do CIEE.
A ideia do evento, segundo Adib, recém-chegado e com a missão de acelerar a expansão da ONG, é colocar a pauta da empregabilidade jovem no centro da agenda do país. Além disso, fomentar o uso adequado de arcabouços que já existem no país, como a Lei do Aprendiz, que determina percentuais que as empresas devem cumprir na contratação de jovem aprendiz.
Para esta primeira edição, o encontro deve receber mais de 450 pessoas de 200 das principais organizações devotadas no país à inclusão dos jovens no mercado de trabalho. Os interessados podem acompanhar também pelas plataformas digitais da entidade.
Como será o evento
Na agenda, a abertura será com Paula Montagner, subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho no Ministério do Trabalho e Emprego. Entre os dados, a executiva vai apresentar um retrato do nível de ocupação dos jovens:
Jovens que só estudam:
- 13 milhões – 52% mulheres e 59% negros;
- 84% dos adolescentes de 15 a 17 anos
- 20% dos jovens de 18 a 24 anos
Jovens ocupados:
- 14 milhões, 42% mulheres e 59% negros
- 9% dos adolescentes de 15 a 17 estuda e trabalha – 1% trabalha
- 13% dos jovens de 18 a 24 estuda e trabalha – 36% trabalham
- 51% dos jovens têm ocupações informais: 7,5 milhões, 51% das mulheres e 56% negros
Jovens desocupados:
- 5 milhões
- 52% mulheres e 66% negros
Não estudam, não trabalham nem procuram trabalho:
- 4 milhões
- 60% mulheres, a maioria com filhos pequenos; 68% negros
O levantamento será seguido por um painel em que agentes públicos e privados abordam como o Brasil pode avançar e criar mais oportunidades de empregabilidade. Participam da conversa:
- Guilherme Afif Domingos – secretário Extraordinário de Projetos Estratégicos do Governo do Estado de SP
- Tabata Amaral – deputada federal e presidente da Frente Parlamentar Mista de Educação, Tabata Amaral
- Marco Bertaiolli – deputado federal e presidente da Frente Parlamentar Mista de Apoio ao Aprendiz
- João Victor da Motta Baptista, diretor do Departamento de Políticas de Trabalho para a Juventude da Secretaria de Qualificação e Fomento à Geração de Emprego e Renda do Ministério do Trabalho e Emprego
- Rodrigo Galvão – vice-presidente Sênior de Tecnologia da Oracle América Latina
- Samanta Paula Manoel, ex-Jovem Aprendiz, analista na B3 e coordenadora de Inclusão do Youth Voices Brasil
A última parte do Empregabilidade Jovem Brasil deve trazer outros dados e pesquisas do setor, com levantamentos do Plano CDE, Instituto Reciclar, Ação Educativa, Instituto Veredas, Goyn e Pacto e Promoção pela Equidade Racial.
Fonte: Exame.