Nos últimos quatro anos, o custo médio dos tratamentos contra o câncer, como quimioterapia, radioterapia e imunoterapia, aumentou 400% no Brasil. Um procedimento que custava R$ 151,33 em 2018, por exemplo, passou para R$ 758,93 em 2022. Isso é o que constatou o estudo “Quanto custa o câncer?”, realizado pelo Observatório de Oncologia, pelo Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz (CEE) e pelo Movimento Todos Juntos Contra o Câncer.
Essa alta seria justificada, em parte, pelo diagnóstico tardio de alguns tipos de neoplasias, a incorporação de novos medicamentos e o impacto da pandemia de Covid-19 no sistema de saúde.
Segundo o levantamento, os gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) com as terapias de combate ao câncer chegaram a R$ 4 bilhões em 2022, o que representou 3% dos recursos totais destinados à saúde no Brasil. Esse valor inclui os procedimentos ambulatoriais, internações e cirurgias.
Se os custos aumentaram, o número de procedimentos ambulatoriais diminuiu 74% em cinco anos: foram 15 milhões em 2022 e quatro milhões em 2018. Os cânceres de mama, próstata, pulmão, cólon e reto foram responsáveis por 54% do total de recursos usados para tratamento oncológico no SUS no ano passado.
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) calcula que cerca de 17% das mortes no Brasil ocorrem em decorrência do câncer, uma média anual de 200 mil óbitos. A estimativa do Inca é que, entre 2023 e 2025, a média anual de novos diagnósticos de tumores chegue a 704 mil.
(*) Com Agência Brasil.