O câncer de cabeça e pescoço abrange os tumores que se desenvolvem nas regiões da cavidade oral, incluindo, lábios, soalho de boca, língua, mucosa jugar (bochechas) e palato duro, laringe, faringe, cavidade nasal e tireoide. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), esse tipo de câncer representa a segunda maior incidência entre os homens no Brasil, acima dos 60 anos. “Os principais fatores de risco para o câncer de cabeça e pescoço são o tabagismo, o consumo excessivo de álcool e a infecção pelo papilomavírus humano (HPV), que pode ser transmitido por meio das relações sexuais sem proteção”, explica Fernando Walder, médico especialista em cirurgia de cabeça e pescoço credenciado Omint. A combinação desses fatores aumenta ainda mais as chances de desenvolver a doença, comenta Walder. “Por não apresentar sintomas em sua fase inicial a prevenção se torna ainda mais necessária, principalmente, porque os fatores de risco são totalmente evitáveis. Alguns encaram isso como renunciar à ‘diversão’, mas é importante viver de forma segura e consciente”.
O credenciado Omint também destaca que casos de cânceres de orofaringe (amígdalas, base da língua e palato mole) associados ao HPV tem aumentado nos últimos 20 anos, reduzindo, inclusive, a faixa etária do aparecimento da doença – caiu de 60 para 40 anos, principalmente nos EUA, local onde 70% dos cânceres estão relacionados ao vírus.
Sintomas Os sintomas do câncer de cabeça e pescoço podem variar de acordo com a localização do tumor, mas alguns dos mais comuns são: caroço no pescoço ou ferida na boca que não cicatrizam, dor de garganta persistente, dificuldade para engolir, alteração na voz ou rouquidão, sangramento ou secreção nasal anormal. “Muitas vezes, esses sinais são ignorados ou confundidos com outras condições menos graves, o que pode atrasar o diagnóstico e comprometer as chances de cura”, diz o médico. Por isso, é importante ficar atento à saúde e procurar um médico ou um dentista especializado caso perceba alguma alteração. De acordo com Walder, o diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as possibilidades de tratamento e recuperação. O exame clínico da boca e da garganta pode detectar lesões suspeitas, que devem ser confirmadas por meio de biópsia. Outros exames de imagem, como tomografia e ressonância magnética, podem ajudar a avaliar a extensão e a localização do tumor.
Prevenção Para o médico, a prevenção está diretamente ligada à adoção de hábitos saudáveis, como evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, usar preservativo nas relações sexuais, tomar a vacina contra o HPV (disponível pelo SUS para meninos e meninas entre 9 e 14 anos), manter uma alimentação equilibrada, preservar a higiene bucal e ir regularmente ao dentista. “Além disso, é importante participar das campanhas de conscientização sobre a doença, como o Julho Verde, que alerta a população sobre os sinais, os fatores de risco e as formas de prevenção do câncer de cabeça e pescoço”, diz.
Tratamento O tratamento do câncer de cabeça e pescoço depende do tipo, do tamanho e da localização do tumor, bem como do estado geral de saúde do paciente. As principais modalidades terapêuticas são a cirurgia, a radioterapia e a quimioterapia, que podem ser usadas isoladamente ou em combinação. Em alguns casos, também podem ser indicadas terapias-alvo, que atuam em componentes moleculares específicos relacionados ao desenvolvimento do tumor. Walder explica que o tratamento pode trazer sequelas físicas e emocionais para os pacientes, como alterações na fala, na mastigação, na deglutição e na respiração, além de mudanças na aparência e na autoestima. “É fundamental que os pacientes tenham acompanhamento integral durante todo o processo terapêutico, envolvendo uma equipe multidisciplinar para oferecer suporte integral à sua recuperação”, conclui.
















