Uma caverna de 340 metros de extensão, próxima ao Parque Nacional da Serra do Gandarela (MG), poderia não chamar tanta atenção à primeira vista. Mas a identificação de túneis, salões escavados e ranhuras indicam que nesse espaço, há 10 mil anos, viviam preguiças-gigantes de dois dedos, animais de seis metros e quatro toneladas que habitaram a região das Américas.
Por causa da importância histórica da caverna, também conhecida como paleotoca, pesquisadores pleiteiam a criação de uma área de proteção ambiental de aproximadamente 40 hectares no seu entorno. A estrutura fica em uma área da Vale e foi descoberta em 2010 por pesquisadores da empresa. Desde então é protegida e classificada como “cavidade de máxima relevância”.
– Paleotocas são ambientes extremamente importantes para a reconstrução da evolução da vida no planeta, e que atualmente, assim como outras cavernas, também representam um abrigo para espécies raras e endêmicas e que, portanto, necessita de medidas de proteção – explica o pesquisador Rodrigo Lopes Ferreira, da Universidade Federal de Lavras, que participou dos estudos sobre a caverna.
As preguiças-gigantes ou preguiças terrestres, que viviam nessas paleotocas, eram um grupo de mamíferos pré-históricos que habitavam as Américas há milhares de anos, viviam em rebanhos e eram herbívoros. Suas garras eram essenciais na hora de apanhar o alimento no alto das árvores e o lábio superior e a língua tinham formato próprio para agarrar a vegetação.
A paleotoca do parque foi nomeada de AP38 e é uma das maiores cavernas ferríferas (feitas de ferro) região. A cavidade serve de abrigo, local de reprodução e alimento para diversas espécies que vivem na superfície e em ambientes subterrâneos.
As grandes dimensões, marcas de garras nas paredes e tetos, morfologia e seções da caverna foram evidências encontradas por pesquisadores para comprovar a existência das preguiças-gigantes de dois dedos naquela região.
Fonte: Globo Minas.
















