fbpx

Pesquisa da UFMG analisa sentimentos das crianças durante a pandemia

Por Dentro De Tudo:

Compartilhe

Uma pesquisa desenvolvida pelo Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre Infância e Educação Infantil (Nepei) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mostrou os sentimentos e vivências das crianças desde que foram afastadas das aulas presenciais por causa da pandemia.

Cerca de 2,2 mil crianças, entre 8 a 12 anos, moradoras de Belo Horizonte e dos municípios que compõem a Região Metropolitana, participaram da pesquisa respondendo a um questionário com 21 perguntas.

A maior parte delas, 45,5%, são de BH. Em seguida aparecem moradoras de Lagoa Santa (7,5%), Ribeirão das Neves (7,4%) e Contagem (6,7%).

De acordo com o professor da Faculdade de Educação (FaE) da UFMG e coordenador do Nepei, Levindo Diniz Carvalho, as crianças ainda podiam enviar áudios e desenhos para externar emoções diante da pandemia.

Pesquisa da UFMG ouve mais de 2 mil crianças da Grande BH afastadas das escolas sobre vivências durante a pandemia — Foto: UFMG

“A ideia foi analisar, a partir dos relatos das crianças, as emoções e sentimentos despertados ao longo da pandemia e garantir o direito das crianças de participar e de opinar sobre esta crise social e sanitária que temos vivido”, explicou o professor.

Segundo a professora Iza Rodrigues, as respostas chamaram a atenção pelas “formas poéticas de tratar de assuntos complexos e delicados”.

“Podemos ver isso nos desenhos e fotografias enviados. Em seu desenho ‘Meu aniversário em julho’, um menino de 9 anos revela sua solidão. Em mensagem, uma menina de 10 anos escreve que ‘a doença afasta e aproxima pessoas’, o que evidencia o paradoxo da pandemia, uma vez que boa parte das crianças sente bastante a ausência de amigos e familiares, mas, ao mesmo tempo, vê com alegria o estreitamento da convivência com os pais”, exemplificou.

Segundo o estudo, 55,5% das crianças participantes residem em lugares de baixo risco de vulnerabilidade territorial, e 29,2% na categoria média.

Levindo destacou os resultados da autodeclaração racial, que coincidem com as informações do censo escolar de 2019 acerca do perfil das crianças da educação básica: 45,4% são pardas, 39,8%, brancas, e 9,2%, pretas. Houve ainda 28 autodeclarações de crianças amarelas, 12 de indígenas e 27 da categoria “outras cores”.

RECOMENDAÇÕES

As recomendações dos pesquisadores da UFMG são direcionadas às instituições de ensino, que deverão considerar reformulações de conteúdos, recursos, estratégias e tempos durante o ensino remoto.

De acordo com os estudiosos, as rotinas das atividades não devem reproduzir artificialmente o ambiente escolar. Eles disseram que é necessária uma preparação para o acolhimento às crianças na volta ao regime presencial, “com a aceitação de que os sentidos da escola para professores, estudantes e famílias devem superar a visão restrita de transmissão de conteúdos, vai mais além”.

Encontre uma reportagem