O furto de energia elétrica na Grande BH deu um prejuízo de R$ 530 milhões, nos últimos dois anos, à Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e à população que paga corretamente as contas.
Para combater as fraudes, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Polícia Militar (PM) fizeram, nesta quinta-feira (17), a “Operação Bypass” para combater os “gatos” – como o crime é conhecido popularmente.
Na ação, oito suspeitos foram presos em flagrante e 19 mandados de busca e apreensão, cumpridos, em Belo Horizonte e em Contagem, Betim, Ibirité, Vespasiano e Esmeraldas, na Região Metropolitana.
“Essa perda de energia não faturada, infelizmente, é repassada para os consumidores regulares que, hoje, só na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foram R$ 530 milhões. No estado, chega a R$ 974 milhões que já foram apurados”, disse o supervisor de Relacionamento da Cemig, Alexandre Ribeiro de Almeida.
O executivo informou ainda que medidores eram furtados e reinstalados de forma clandestina. Segundo ele, somente neste ano na Grande BH, foram 240 mil inspeções e em 56% delas havia fraudes.
A promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPMG, Paula Ayres Lima, disse que as investigações começaram em 2021 e que várias diligências foram realizadas.
“Hoje, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão com autorização judicial. Foram apreendidos quatro telefones celulares, 1.648 medidores de energia elétrica [apreendidos] em um esquema que trouxe prejuízo à Cemig, só na Região Metropolitana, de 2021 pra cá, de cerca de R$ 530 milhões”.
Ela explicou como os suspeitos cometiam os furtos.
“O que se chama popularmente chamado de ‘gato’, é uma energia que saía da fonte da Cemig, mas não passavam pelos medidores de energia”.
Paula falou também que os materiais apreendidos serão analisados, para depois as apurações serem concluídas. Os suspeitos podem ser indiciados por furto qualificado e, possivelmente, por associação criminosa.
Já o capitão da PM Cristiano Araújo disse que a operação contou com 80 policiais e envolveu o Setor de Inteligência da corporação.
“Todas as prisões realizadas hoje foram sem resistência, sem o uso da força”.
Araújo falou ainda que foram apreendidos 213 medidores de energia elétrica e 1.648 lacres, além de outros equipamentos utilizados pelos suspeitos.
“Eles atuavam oferecendo para consumidores, para empresas até”.
Ele contou também que, além do furto de energia, os criminosos vendiam clandestinamente os medidores furtados.
Fonte: Globo minas.