Em audiência na ALMG, especialistas também falaram sobre a defasagem dos SUS nos protocolos adotados e sobre como a desigualdade social pode ser fator determinante na agilidade do diagnóstico da doença.
A desigualdade social e financeira pode definir o destino de muitas mulheres brasileiras e mineiras quando o assunto é o diagnóstico do câncer de mama. É o que pontua a médica mastologista e professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Rosemar Macedo Sousa Rahal, que participou de audiência pública da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta quarta-feira (25/10/23).
“Apenas 14% das pacientes no sistema privado chegam com o diagnóstico de câncer de mama em estágio avançado. Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a possibilidade de morte se eleva muito. Se eu tenho dinheiro, isso define se eu vou viver ou não.”
Rosemar Macedo Sousa Rahal
Médica mastologista e professora da Universidade Federal de Goiás
A especialista ressaltou também que pouco dinheiro é investido na saúde pública e muitas vezes esse recurso é usado de forma ineficiente.
“Estamos numa situação muito desconfortável de alta mortalidade por câncer de mama, que aumenta ano após ano. O acesso ao exame de mamografia é deficitário. Em Minas, a cobertura é de 30%, o ideal seria no mínimo 70%. Há uma década não conseguimos aumentar essa porcentagem”, explicou.