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DO TRABALHO INVISÍVEL À VISIBILIDADE DA MULHER

Por Dentro De Tudo:

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Os ‘desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil’, tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio – Enem 2023, tem caráter reflexivo e visceral no cenário brasileiro.

De acordo, com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEPE, mais de 3,9 milhões de pessoas se inscreveram para o Enem 2023, sendo a maioria das inscrições realizadas pelo público feminino (disponível em: https://www.gov.br/inep/pt-br).

O tema escolhido para a dissertação foi extremamente pertinente e necessário à valorização do protagonismo feminino e seus vários papéis sociais, já que, a suposta hierarquia entre os gêneros é uma construção social.

A mulher, desde o processo de industrialização brasileira, até os dias atuais, luta contra a paridade de salários no mercado de trabalho e vive o drama da ‘mulher invisível’, abordada nos filmes.

Desde a tênue idade, às meninas são atribuídas responsabilidades de cuidado e organização do lar, não lhes sendo ensinado a divisão de tarefas, a igualdade de direitos, o autocuidado e a necessidade de cooperação dos integrantes familiares nas tarefas invisíveis.

Assim, crescem mulheres cercadas de obrigações invisíveis, não remuneradas, com tarefas intermináveis e extremamente cansativas. Lavam, passam, cozinham, estudam, trabalham, cuidam dos filhos e ocupam o lugar feminino legitimado pela sociedade: o de ‘mulher sobrecarregada’, sem apoio, descanso e com excesso de compromissos sociais. E com tudo isso, ainda se ouve: “Você trabalha fora?” 

A maternidade, os afazeres domésticos, o planejamento, a organização, as tomadas de decisões no lar e os estereótipos socioculturais, influenciam a participação feminina no mercado de trabalho e limita sua capacidade de crescimento profissional, afinal são vários as atribuições exercidas por elas.

A concepção social do feminino é extremamente restritiva e coercitiva, pois a maternidade, por exemplo, não é vista como uma escolha da mulher, mas uma imposição social com romantização das mudanças, responsabilidades e dificuldades, que perpassam a dádiva de cuidar, zelar, amar e amparar outro ser humano.

À pergunta: ‘Quem cuida, de quem cuida?’ Talvez não haja respostas na sociedade atual, que apesar do avanço, se fundamenta na misoginia e despreza a imprescindibilidade da representatividade feminina para a humanidade.

É preciso cuidar desse público, que carrega cargas silenciosas, pesadas e desgastantes!

Ser uma mulher que ‘dá conta de tudo’, não é sinônimo de valorização social, mas de cumprimento de padrões e, muitas vezes, de saúde mental comprometida e saúde física exaurida.

É preciso ressignificar a lida diária e aprender a delegar tarefas. Isso é um ato de amor próprio, afinal: no meio de tanto a se fazer, escolha fazer algo por si mesma!

Para mudar a sociedade, comecemos em nossos lares, com nossos jovens, a fim de modificar a concepção machista estrutural enraizada na sociedade brasileira.

Concluímos nossa coluna, com essa bela frase de Nino Milanêz: “O homem mata um leão por dia. A mulher mata, corta, tempera, serve e ainda lava a louça.”

Agradeço sua atenção e até a próxima!

Débora Cupertino.

Advogada- OABMG: 147.263.

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