Passado um ano e três meses da confirmação do primeiro caso de Covid-19 em Minas Gerais, o monitoramento do coronavírus através de testes ainda é um desafio. Com uma rede de 16 laboratórios parceiros, o estado poderia fazer 5.050 testes por dia. Mas, em junho, a média de testes diários realizados foi 40% menor: 2.934.
A explicação pode estar ainda no fato de o protocolo para testagem não incluir assintomáticos ou casos leves, com poucas exceções .
Pelas regras seguidas pelo estado, se um paciente que não está na lista de casos prioritários, está com coriza, dor de garganta, falta de olfato ou paladar, não tem indicação de internação, ou teve contato com alguém com Covid e está sem sintomas, não conseguirá fazer teste na rede pública.
De acordo com o infectologista Adelino Freire, sem testes, fica difícil fazer o controle e rastreamento do vírus.
“Sem dúvida, a gente deveria testar muito mais do que testa hoje. É cada vez mais claro como que fora do Brasil, a ampla testagem – ampla mesmo, do tipo quem quiser testar, a hora que quiser, sem pagar nada-, faz diferença no controle, no rastreamento de contatos positivos”, afirmou.
Mesmo com a chegada da vacina contra a Covid-19, que alcançou apenas 31,12% da população mineira com a primeira dose e 12,55% com a segunda, a política de testagem não poderia ser deixada de lado como medida de controle da doença, afirma Adelino.
“Os países desenvolvidos continuam testando amplamente, mesmo com boa parte da população vacinada, com a transmissão de certa forma controlada. Para identificar ocorrências de pequenos surtos, entrada de uma nova variante”.