Ter uma aposentadoria e viver a terceira idade tranquilamente é um desejo da maioria das pessoas. Afinal, depois de passar boa parte da vida trabalhando, é muito importante que se tenha conforto e estabilidade para descansar e curtir, sem preocupação em faltar dinheiro para pagar as contas. Com a Reforma da Previdência, a idade mínima para aposentadoria agora é de 62 anos para as mulheres e 65 anos para os homens. Além disso, elas precisam ter contribuído por pelo menos 15 anos e eles durante 20.
Confiar apenas na renda proveniente da Previdência Social significa reduzir radicalmente o padrão de vida na sua aposentadoria ou que ela possa demorar mais anos para chegar do que o planejado. Os jovens podem imaginar que é cedo para começar a pensar no assunto, mas se houver planejamento será muito mais fácil garantir um futuro mais tranquilo. Uma pesquisa do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, divulgada no ano passado, mostrou que 50% dos brasileiros têm medo de ficar sem dinheiro na velhice e que 59% já acham que não conseguirão pagar o plano de saúde, por exemplo.
Larissa Brioso, educadora financeira da Mobills, explica que existem duas formas de se preparar para a aposentadoria: construir um patrimônio e depois consumi-lo ou construir um patrimônio que gere renda passiva. “No primeiro caso, você precisa saber com quanto quer viver e com quantos anos quer se aposentar. No segundo caso, você precisará investir em ativos que gerem essa renda passiva”, explica.
Confira seis dicas para começar a construir sua aposentadoria:
• Defina seu objetivo
Em todo planejamento financeiro, o primeiro passo deve ser definir um objetivo. Neste caso, não é diferente. A primeira pergunta que deve ser analisada é: “quando você pretende se aposentar?”. Essa é uma variável fundamental para planejar a aposentadoria.
• Busque outras fontes de renda que não sejam a Previdência Social
Aprenda como investir em títulos de renda fixa com resgate a longo prazo ou mesmo opções de renda variável. Uma dica é assumir que a Previdência responderá por, no máximo, 20% da sua renda na aposentadoria. Diante disso, você definirá quais outras fontes de renda complementarão este valor. Algumas opções são contribuir para um plano de previdência corporativo, para um plano individual ou investir em títulos de renda fixa e ações.
• Tenha em mente o quanto precisará juntar
É importante estimar o seu padrão de gastos na aposentadoria para saber a quantia que precisará juntar. Ainda que você não tenha certeza de quanto vai precisar para viver no futuro, tente imaginar como seria seu padrão de vida e as despesas que teria. Mesmo que algumas despesas possam diminuir (como os gastos com filhos), outras provavelmente aumentarão, como os gastos com saúde. No momento de calcular o quanto precisará juntar, seja prudente. Projete sua necessidade de renda assumindo que viverá pelo menos até os 90 anos.
• Quanto poupar por mês?
Uma vez definida uma meta para aposentar-se, é preciso que você calcule o quanto precisará economizar por mês para atingir seu objetivo. Ter disciplina é o segredo para alcançar esse objetivo. Para saber quanto você terá que poupar mensalmente, é necessário fazer uma previsão de retorno para o dinheiro investido. Neste caso, o melhor é ser conservador e assumir um retorno anual de no máximo 5% acima da inflação.
• Execute e reveja sempre seu plano
Se você constatar que não está conseguindo poupar o valor necessário para juntar o patrimônio desejado para a aposentadoria, reveja seu planejamento. Talvez seja necessário fazer mudanças no plano ou até cortar gastos para que seja possível cumprir com a meta estipulada. Por outro lado, se seu salário aumentar, por exemplo, poderia ser interessante aproveitar o momento e poupar mais do que o planejado.
• Estude sobre previdência privada
Na previdência privada, o cliente pode escolher o tipo de plano, o valor da contribuição e a periodicidade em que ela será feita. Esse tipo de ativo é um fundo de investimento em que diferentes investidores aplicam seu dinheiro e o capital é administrado por um gestor especializado. É ele quem vai definir onde o dinheiro será aplicado, de acordo com a política seguida pelo fundo.
Portanto, o nível de risco do plano pode variar de acordo com esses fatores. Mas, em geral, os planos de previdência privada são investimentos bastante seguros, rentáveis e flexíveis, ideais para quem quer garantir resgates a longo prazo.
Os planos de previdência privada permitem que o cliente escolha o período de acumulação e o período de usufruto do benefício. Ou seja, será possível definir o investimento inicial, qual será a contribuição mensal e por quanto tempo ela será feita. Além de escolher como o dinheiro será resgatado: de forma única, mensalmente por um tempo determinado ou mensalmente de forma vitalícia.
Por Larissa Brioso, educadora financeira de gestão de finanças pessoais