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Educação deve ser considerada como atividade essencial em Minas

Por Dentro De Tudo:

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A essencialidade da educação foi defendida, nesta segunda-feira (5), em audiência pública da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Representantes de pais, professores, médicos e deputados ressaltaram a relevância de manter as escolas abertas durante a pandemia de Covid-19 assim como ocorre com outras atividades essenciais. 

Professora há cerca de 20 anos com atuação na rede pública, Cecília Rodrigues da Silva Santana relatou a angústia com o fechamento das escolas por tanto tempo. “Lugar de aluno e de professor é na sala de aula”, defendeu. 

Ela acrescentou: “Enquanto a escola estiver com seu portão fechado, o portão da minha casa estará aberto para atender a um aluno com dificuldade”. 

Cecília Rodrigues comentou que os profissionais tiveram que aprender novas maneiras de dar aulas e transformaram suas casas em uma extensão da escola. A professora Cecília Rodrigues abordou a dificuldade de aprendizagem dos alunos com aulas virtuais – Foto:Luiz Santana

“Preparo a aula com todo carinho e com as maiores dificuldades e percebo que tudo aquilo que procuro fazer com qualidade não está sendo absorvido pelas crianças”, contou. 

Entendimento – A presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais, Zuleica Reis Ávila, disse que a abertura das instituições proposta no Minas Consciente, plano do governo estadual para a retomada gradual das atividades na pandemia, minimizou o problema das escolas, mas a questão não está totalmente pacificada.

Isso porque o funcionamento fica sujeito ao entendimento dos gestores municipais. 

“Sei o quanto o fechamento das escolas impactou na vida de crianças e dos adolescentes, das famílias e, sobretudo, das mulheres. Temos municípios que sequer abriram a educação infantil. Temos cidades que apenas agora estão pensando em instrumentalizar os professores. É um absurdo”, criticou.

Professor de Sociologia e Filosofia, Cleverson Batista questionou se as crianças estão mais protegidas nas ruas ou em aglomerações em condomínios do que nas salas de aula, em ambiente controlado.

Entre os prejuízos causados pela paralisação das aulas presenciais, em sua opinião, estão a dificuldade de socialização de adolescentes e o abismo cada vez maior entre o ensino oferecido nas redes pública e privada.

Pais relatam mobilização pela volta às aulas

A representante do Movimento Guardiões da Infância e da Juventude, Cláudia Maria Diniz Couto, enfatizou que o poder público negligenciou a necessidade das crianças e dos adolescentes que ficaram abandonados na pandemia. Ela relatou que essa imobilidade do poder público fez com que o grupo se movimentasse. 

Concordou com ela a representante do Movimento Pais pela Educação de Pouso Alegre (Sul de Minas), Carolina de Oliveira Lemes Santos. Ela contou a batalha judicial na cidade para a abertura das escolas e enfatizou que a educação tem que ser prioridade e preocupação de todos.

Rodrigo Marçal, representante do Movimento Pais pela Educação, classificou o prolongamento do ensino exclusivamente a distância como um crime contra a infância e a juventude. Ele criticou o posicionamento de diversos sindicatos da educação e o fato de o Brasil ser o segundo país com as escolas fechadas por mais tempo.

Já a representante do Movimento Escolas Abertas Barbacena (Região Central), Geisa Rosignoli Neiva, defendeu projeto de lei para tornar a educação como uma atividade essencial, o que, portanto, inviabilizaria o fechamento das escolas.

“Os impactos desse lockdown são visíveis. Crianças podem estar em qualquer lugar. Podem acompanhar seus pais em shoppings, festas e parques. Mas não podem ir para escolas que são locais certamente mais seguros que esses outros espaços”, disse.

Educação como atividade essencial  Maurício Cunha disse ser favorável à proposta em tramitação que trata a educação como atividade essencial – Foto:Luiz Santana

O secretário Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Maurício José Silva Cunha, disse ser favorável à proposta em tramitação no Congresso Nacional que trata a educação como uma atividade essencial.

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