Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que trabalham com o sequenciamento genético do coronavírus e a identificação de mutações já começaram a se preparar para a chegada da variante delta a Belo Horizonte.
O trabalho dos “caçadores de variantes” é essencial para o controle da pandemia: eles coletam amostras, sequenciam genes e procuram alterações no coronavírus, o que permite identificar as características das mutações e onde elas estão circulando. As pesquisas auxiliam as autoridades na tomada de decisões e na adoção de medidas de combate à Covid-19.
Toda semana, a UFMG recebe amostras de pacientes que testaram positivo para a Covid-19. Os pesquisadores fazem o processamento e encaminham os resultados para a vigilância epidemiológica do estado. Cerca de 1,2 mil análises já foram feitas. Em 900, a variante gamma estava presente.
A universidade trabalha com uma nova metodologia de sequenciamento genético, mais eficiente e barata.
“No sequenciamento clássico que era feito até então, com o equipamento que nós tínhamos disponível, nós precisávamos de três semanas para caracterizar 200 amostras a um custo aproximado de R$ 600 por amostra. Com essa nova metodologia, nós conseguimos, em quatro a seis horas, termos o resultado de 100 amostras a um custo aproximado de R$ 60”, afirma Souza.
De acordo com o secretário municipal de Saúde de Belo Horizonte, Jackson Machado, a expectativa é que a capital registre um aumento de casos no final de agosto por causa da variante delta, mas o avanço da vacinação pode contribuir para conter as contaminações.
“Estamos prevendo um aumento do número de casos próximo do final de agosto, talvez na segunda quinzena, devido à variante delta, que é muito mais transmissível do que todas as outras variantes. Mas nós também que estamos com mais de 53% da nossa população (adulta) já imunizada pelo menos com a primeira dose, e isso nos traz segurança, porque sabemos que a vacinação é eficaz também contra a cepa delta”, explica Machado.