De um lado as conquistas a serem comemoradas, de outro os desafios ainda a serem enfrentados. Ano após ano, o dia 8 de março – Dia Internacional da Mulher – marca uma luta constante pela igualdade de gênero em todo o mundo, sendo inclusive um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2015.
Atualmente, no âmbito corporativo, alguns avanços podem ser percebidos. De acordo com a pesquisa Panorama Mulheres 2023, realizada pelo Talenses Group, em 2017, apenas 8% das pessoas presidentes nas empresas analisadas eram mulheres, aumentando para 13% em 2019 e alcançando os atuais 17%. Nos conselhos de administração, esse número saltou de 10% em 2017 para 21% em 2023. A representação feminina entre as diretoras subiu de 21% para 26% no mesmo período.
Para Lídia Abdalla, presidente-executiva do Grupo Sabin, apesar de gradual, é importante notar essa evolução e comemorar. “Se nós, mulheres, olharmos para trás, temos muito a celebrar. Esses dados refletem não apenas o talento e a capacidade das mulheres, mas também um passo significativo em direção à igualdade de gênero no mundo corporativo. Mas, embora represente uma conquista, essa proporção demonstra que ainda há muito a ser feito para alcançar a equidade nas lideranças empresariais”, afirma.
Lídia Abdalla, que começou na empresa como trainee em 1999 e completou recentemente 10 anos na presidência do Grupo, hoje o terceiro maior de medicina diagnóstica do Brasil, também tem sido uma voz ativa na promoção da diversidade e inclusão no ambiente corporativo.
“Não precisamos escolher entre ser mãe e se dedicar a uma profissão e carreira, podemos fazer isso ao mesmo tempo. A mulher tem muitas habilidades que a diferenciam no ambiente de trabalho. As empresas precisam dessa diversidade para crescer e serem mais inovadoras”.
As conquistas alcançadas até o momento, incluindo histórias como a de Lídia Abdalla, são motivo de celebração e reconhecimento do progresso que foi feito em direção à igualdade de oportunidades no ambiente corporativo.
Fundado por duas mulheres, Sandra Soares Costa e Janete Vaz, o Grupo Sabin completa 40 anos em maio e se destaca pela força de trabalho feminina. Do total de colaboradores no país, 77% são mulheres. O número se expressa também nas funções de liderança da empresa, 74% dos cargos de liderança no Sabin são ocupados por mulheres.
A cada 10 cargos de chefia, mais de 7 são ocupados por mulheres. Os resultados das práticas de Gestão de Pessoas, como o incentivo para as mulheres exercerem posições de liderança, possuem reconhecimentos como o do prêmio “Mulheres na Liderança”, da organização sem fins lucrativos WILL –Women in Leadership in Latin America, além de ocupar a 1ª posição, entre empresas de Saúde, na Pesquisa Ethos/Época, dentre outros reconhecimentos.
“Naturalmente, falamos da força e da relevância da mulher no mercado de trabalho, pois vivemos isso diariamente no Sabin. As fundadoras compartilham conosco seus exemplos, mostrando que, de fato, não precisamos escolher entre família e trabalho. É possível conciliar todas as atribuições com equilíbrio; é possível atuar em todas as áreas e, também, ser exemplo e inspiração para outras mulheres e empresas”.
Quando olha para fora da empresa, Lídia percebe que ainda há muito espaço para ser conquistado. “É muito comum chegar a um evento de presidentes/CEOs e eu, mulher, ser parte da minoria ali. Muitas vezes, fui a única em uma sala com 15 ou 20 presidentes. É quando você percebe a diferença e a desigualdade. Mas, por ter sido criada em uma família de mulheres fortes e que acredita que podemos estar à frente dos negócios e ter construído minha vida profissional em uma empresa inclusiva, sempre consegui me posicionar e enfrentar todos os ambientes sem sobressaltos”.
Para ela, é essencial que as companhias continuem a promover a diversidade e a inclusão em todos os níveis organizacionais, implementando políticas e práticas que criem ambientes de trabalho verdadeiramente equitativos e inclusivos.