Menos de dois meses após ter flexibilizado todas as restrições contra a Covid-19, a França volta a enfrentar aumento de óbitos, casos e internações por Covid-19. Novos dados oficiais que mostram a piora da situação sanitária foram publicados nesta terça-feira (17).
Ao que tudo indica, a quarta onda de Covid-19 se instalou definitivamente na França. Números que não eram registrados desde junho voltam a assombrar o cotidiano da população. Em 24 horas, 111 mortes foram contabilizadas nos hospitais franceses, a primeira vez em mais de dois meses que a quantidade de óbitos por Covid-19 ultrapassa o limite de 100.
Segundo as autoridades sanitárias, cerca de dois mil doentes estão internados nas UTIs da França atualmente, chegando ao mesmo nível do último 15 de junho. Esse número também está em alta: na segunda-feira (16), 1.908 pacientes infectados pela Covid-19 ocupavam leitos nos serviços de emergência do país.
A maior parte das hospitalizações é registrada no sul da França, na região parisiense e nas ilhas da Guadalupe e Martinica, dois departamentos ultramarinos na América Central. No total, contabilizando todos os serviços hospitalares, 10.219 leitos estão ocupados por pacientes contaminados pela Covid-19, com 1.075 entradas nas últimas 24 horas.
Já a taxa de positividade se eleva nesta terça-feira a 3,4%, segundo a Agência de Saúde da França. Em 24 horas, 28.114 novos casos foram registrados. O aumento das infecções se deve à rápida propagação da variante Delta, altamente contagiosa. Vários focos vêm sendo registrados em todo o país nas últimas semanas. Nas ilhas da Guadalupe e da Martinica, onde a taxa de vacinação está em torno de 25%, a situação é extremamente grave.
Desde o início da epidemia de Covid-19, 112.943 pessoas morreram na França, das quais 86.368 no hospital.
Vacinação evolui lentamente
O Ministério da Saúde francês aponta que nesta terça-feira, 69,3% da população elegível à vacinação (46.714.974 indivíduos) recebeu ao menos uma dose de um imunizante anticovid e 58,9% (39.789.184 indivíduos) está completamente vacinado.
Mesmo diante da desaceleração das consultas para a aplicação do fármaco, o governo mantém o objetivo de chegar a 50 milhões de pessoas parcialmente imunizadas até o final de agosto. As autoridades estão otimistas e acreditam que será possível atingir a meta.
Depois de obedecer a um terceiro lockdown, a França começou a flexibilizar as restrições contra a Covid-19 em maio. O fim das medidas obedeceu a quatro etapas: a última delas foi encerrada em 9 de julho.
Paralelamente, o país avançou em sua campanha de vacinação e impôs o passaporte sanitário. No entanto, um movimento contra o mecanismo ganha força e vem saindo às ruas a cada fim de semana para protestar contra o que considera um ataque às liberdades individuais.
