Ambientalistas e deputados discutiram, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na tarde desta quarta-feira (18), como vai ser gasto o dinheiro que a Vale vai pagar para compensar os danos ambientais causados pelo rompimento da barragem em Brumadinho em 2019.
A construção do rodoanel tem sido a parte mais polêmica do projeto. O governo do estado disse que está reavaliando o traçado.
A Associação Mineira de Defesa do Meio Ambiente contestou o investimento de parte da indenização da Vale em lugares do estado distantes de onde aconteceu a tragédia de Brumadinho. E questionou a abertura de estradas em áreas verdes.
A associação também afirmou que a sociedade tem sido “pouco ouvida” pelo estado e que “falta clareza” sobre os projetos de compensação e recuperação ambiental e seus custos.
“O acordo tem uma estimativa de recursos para determinada finalidade e ele pode não ser utilizado o projeto na hora da conclusão o valor pode ser abaixo desses recurso então há possibilidade de alterações não dentro da ações”, disse Noraldino Junior, deputado do PSC presidente da Comissão e Meio Ambiente
A secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo apresentou na audiência, como o dinheiro da indenização vai ser usado no meio ambiente. Ela citou que será levado saneamento básico pra 27 municípios da bacia do Rio Paraopeba, e que deve haver recuperação de áreas verdes degradadas pelo rejeito.
Enquanto a audiência pública acontecia, outros grupos que defendem a fauna a flora e os recursos hídricos também se reuniram com o governo de Minas, questionando que parte do dinheiro vai ser usado pra construção do rodoanel. Eles pedem à Secretaria de Infraestrutura adequação do projeto para reduzir os impactos.
No projeto apresentado para o acordo com a Vale, o governo afirma que o rodoanel vai ter 100 quilômetros de extensão.
Outro ponto que preocupa muito os ambientalista são os túneis, previstos para cortar as serras do Rola Moça e da Moeda, onde há reservas importantes de água pra abastecer a Região Metropolitana de BH. O secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade Fernando Marcato disse que há possibilidade de mudança desta parte do projeto e de outros trechos do rodoanel.
Marcato disse ainda que está “dialogando” com os ambientalistas e com a sociedade civil sobre os projetos que vão ter uso do dinheiro do acordo.
A Vale esclareceu que o projeto do rodoanel é um empreendimento de responsabilidade do governo de Minas Gerais e reafirmou o seu compromisso com a reparação integral dos danos causados pelo rompimento de Brumadinho.