O universo das cervejas artesanais tem sabores diversos — marcas de Belo Horizonte têm opções com toques de abóbora, café, maracujá… maconha. Ainda que proibida para uso recreativo no Brasil, a Cannabis é uma presença no imaginário brasileiro e, enquanto não é descriminalizada, aparece em toques sutis em produtos liberados para venda. Um deles é a cerveja 24k, criação de empresas de BH que promete deixar uma lembrança da erva no paladar de quem consome.
A cerveja é uma parceria entre a headshop (espécie de tabacaria com acessórios do universo canábico) De Ponta e a cervejaria São Sebastião. Apesar do aroma característico, a cerveja não tem Cannabis de fato na composição, e sim terpenos. Eles são substâncias naturais que dão aos vegetais suas características — fazem a laranja cheirar como laranja, por exemplo. Os terpenos utilizados na cerveja são uma combinação de outras ervas que simulam a maconha sem “dar barato”.
“Os terpenos canábicos estão rolando há alguns anos no universo da cerveja. Obviamente, isso começou nos EUA, na Califórnia, onde a maconha é mais legalizada, e de lá se espalharam para o mundo como uma tendência”, introduz o mestre cervejeiro Augusto Franco, sócio da cervejaria São Sebastião.
Os terpenos utilizados na receita são exportados de San Diego (EUA) por uma empresa paulista especializada no segmento, a Terps Brasil. Franco afirma que eles também avaliam desenvolver juntos, ainda neste ano, bebidas mistas (a exemplo da Xeque Mate) com terpenos que simulam maconha.
“O cheiro é de maconha mesmo, bem peculiar. Fora do Brasil, existem cervejas com maconha de verdade, porque ela é prima do lúpulo”, acrescenta uma das sócias da De Ponta, Carol Nïka. A produção da cerveja está crescendo e, hoje, gira em torno de 2.000 litros por mês.
Onde encontrar
Por enquanto, a 24k é encontrada nos bares próprios da São Sebastião, o Odeon (no Mercado Novo), e o Bar do Tião (no Prado), e o copo varia entre R$ 9 e R$ 15, dependendo do tamanho e do ponto. Em BH, a lata de 473 ml só é vendida no De Ponta, no bairro Vila Paris, por R$ 24.
Fonte: O Tempo.