O Parque Municipal Ecológico do Barrocão é uma área verde entre os loteamentos dos bairros São Paulo e São José, em Matozinhos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O Barrocão foi criado em novembro de 2014, por meio da Lei Municipal 2268, com a proposta de ser um espaço de reserva ambiental, lazer, prática de esportes e melhoria da qualidade de vida da população. Para divulgar a importância do parque para a comunidade e na vida dos mobilizadores que por ele lutam, Rogério Ribeiro, um morador, ambientalista, fotógrafo e videomaker, produziu o minidocumentário Conhecendo o Parque Ecológico do Barrocão.
A produção reúne depoimentos e imagens do parque, além de registrar o histórico de lutas e ações para preservar a área de proteção ambiental, que está desamparada pela prefeitura local. Quando um loteamento foi iniciado em 1997 pela Prefeitura Municipal, a construtora responsável pela obra não terminou o serviço de pavimentação, meio fio e outras partes da infraestrutura, deixando o cuidado com o parque nas mãos da comunidade do entorno. Veja abaixo o documentário:
A área de 13,4 hectares abriga vegetação de transição entre os biomas de Mata Atlântica e Cerrado. A grande diversidade de flora é constituída por espécies típicas como o pequizeiro, pindaíba-do0-campo, copaíba, cagaita, pimenta-de-macaco, pimenta-rosa e pau-brasil. Quanto à fauna, além dos tucanos e papagaios, são encontrados tatus, micos, gambás, roedores, jiboias-arco-íris, entre outras espécies. O nome do parque também guarda outra riqueza natural da região, o barro branco, que era utilizado como cerâmica utilitária nas casas.
O desejo dos vizinhos do Barrocão é disponibilizar áreas de exposição, salas multimídia, bibliotecas, além da própria área verde. O parque está a menos de 3 quilômetros do Parque Estadual Cerca Grande e do distrito de Mocambeiro, como também do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Fazenda da Jaguara, onde estão as ruínas da Capela de Nossa Senhora da Conceição, com obras do célebre escultor Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.
Incêndios criminosos e um chamado
Além da falta de amparo da Prefeitura de Matozinhos, o principal problema que o Barrocão enfrenta são os incêndios criminosos. Esses incêndios ganham força com a baixa umidade do ar e o clima seco, o que gera ainda mais serviço para os agentes que cuidam da área. “Todos anos perdemos muitas mudas, principalmente por incêndios criminosos. Botam fogo no lixo e isso vai pegando na capineira e nos lotes vagos, que são remanescentes de pastos de braquiária. Em 2012, plantamos 7 mil mudas, depois de pouco mais de um mês de chuvas secou tudo”, relembra Procópio de Castro, um dos idealizadores do parque.
“Para mim foi extremamente significativa a inauguração da academia e das barras de flexão no feriado de 7 de setembro, juntamente do lançamento do vídeo. Na contramão do processo político momentâneo, fomos para a prática e ação comunitária. Quem vem de fora acha que é a Prefeitura de Matozinhos que mantém, mas é ação da comunidade, que pega nas enxadas, que planta mudas, que apaga fogo…”, completa Procópio.
O minidocumentário Conhecendo o Parque Ecológico do Barrocão traz duas mensagens importantes que resumem o que o parque precisa no momento: em primeiro lugar, a esperança de uma ação comunitária e conjunta, e em segundo, a importância de ainda mais pessoas se envolverem na causa. Acompanhe também a página no Facebook do Parque Municipal Ecológico do Barrocão para acompanhar as ações da comunidade e dialogar diretamente com ela.
Fonte: Manuelzão UFMG.