A Polícia Civil instaurou um inquérito policial para investigar a morte da engenheira Laura Fernandes Costa, de 31 anos. A mulher morreu 11 dias depois de colocar um balão intragástrico.
Laura foi submetida ao procedimento em 26 de abril em uma clínica localizada no Barreiro, em Belo Horizonte. Ao BHAZ, o advogado da família da engenheira, Lucimar Silveira, disse que a certidão de óbito apontou uma perfuração no estômago da paciente.
“As primeiras informações que temos, através de documentos, é que a causa da morte foi perfuração no estômago. Ou seja, não foi em decorrência da colocação do balão, foi algum procedimento equivocado que perfurou o estômago da Laura”, disse o advogado.
O balão intragástrico é inserido no estômago e utilizado para diminuir a necessidade de ingerir grande quantidade de alimentos. Ele é usado para auxiliar no emagrecimento, motivo pelo qual Laura teria realizado o procedimento.
Ela se casaria em setembro deste ano. “Os familiares estão consternados e indignados, era uma mulher de apenas 31 anos com avida toda pela frente. Pretendia se casar e constituir família nos próximos meses”, diz Lucimar.
Polícia investiga a morte
Em nota enviada ao BHAZ, a Polícia Civil disse que a vítima encontrava-se hospitalizada quando faleceu, em 7 de maio. Ela estava internada no Hospital Nossa Senhora de Lourdes, em Nova Lima.
O óbito foi atestado pelo médico da unidade hospitalar e o corpo não chegou a ser encaminhado ao Instituto Médico Legal. Familiares procuraram a polícia para denunciar negligência médica.
“A instituição irá realizar as oitivas de testemunhas e envolvidos, solicitar os prontuários médicos da paciente, bem como, realizar todas as diligências necessárias visando a completa elucidação do caso. Outras informações poderão ser repassadas com o avanço dos trabalhos de polícia judiciária”, informou a Polícia Civil.
O que diz o médico?
A reportagem procurou, por telefone e mensagens, a clínica responsável por inserir o balão intragástrico na paciente e aguarda o retorno. Ao g1, o médico Mauro Lúcio Jácome, por meio da Clínica Cronos, afirmou que o procedimento foi realizado “sem qualquer intercorrência”.
“O procedimento ocorreu sem qualquer intercorrência, sendo a paciente liberada com acompanhante, sem sintomas, com agendamento de retorno para o dia seguinte, para fins de acompanhamento, mas sem comparecimento da paciente. A paciente não atendeu aos chamados da clínica para retorno”, diz a nota.
Após pedido da paciente, segundo o médico, o balão intragástrico foi retirado em 2 de maio “também sem qualquer intercorrência”. O profissional disse ter orientado a paciente a retornar à clínica no dia seguinte, o que não ocorreu.
“Ocorre que, apesar da insistência por comunicação, a paciente não retornou contato, tampouco compareceu na clínica. Após 5 dias, houve informação sobre o procedimento cirúrgico a qual a paciente foi submetida, junto ao Hospital de Nova Lima, e, mais tarde, no mesmo dia, houve informação sobre o falecimento da paciente”, continua a nota.
O comunicado diz, ainda, que “a clínica e os seus profissionais não obtiveram ciência do estado de saúde da paciente, apesar da insistência, pois não houve comunicação, e, infelizmente, não foi possível auxílio, apesar da disponibilidade da clínica e seus profissionais”.
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