Quais são os sinais mais comuns?
Mudanças de hábito: a pessoa se alimentava bem, mas deixa de comer. Ou o contrário. Além disso, alterações no ritmo do sono: dormir pouco ou ficar o tempo todo deitado
Isolamento: perda de interesse pelas atividades que davam prazer. Fique atento se o idoso não acompanha mais o time, parou de ir à igreja ou deixou de ver aquele programa de TV que ele não perdia;
Atenção às queixas de dor: queixas nem sempre específicas, reclamação de tonturas e muitas idas ao médico sem uma razão determinada;
Irritabilidade: os idosos dificilmente falam que estão tristes, mas podem se tornar mais ranzinzas ou ríspidos
Alterações cognitivas: esquecimento, falta de concentração, capacidade diminuída para pensar e uma certa “preguiça” em responder às perguntas do médico, por exemplo
Como diferenciar uma mudança de humor de uma depressão?
A psiquiatra Julia Loureiro, especialista em psicogeriatria e integrante do Serviço Interdisciplinar de Neuromodulação do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, explica que existem dois critérios fundamentais. “O primeiro é o tempo de duração. É importante verificar se a mudança permanece por quatro semanas”, explica. “O outro é a funcionalidade. A tristeza e o desânimo interferem nas atividades do cotidiano? Se o idoso deixou de ficar com os netos, cozinhar e dirigir, é preciso atenção”, exemplifica.
Onde buscar ajuda?
O primeiro passo pode ser dado com um clínico geral. “Não há restrição para um clínico tratar uma depressão. Se não der certo, o caminho é o psiquiatra geral. Se não funcionar, a alternativa é o psiquiatra geriátrico”, diz Carlos Cais, que faz um alerta. “No Sistema Único de Saúde (SUS), a consulta com um especialista pode demorar”.
As Unidades Básicas de Saúde (UBS) podem indicar psiquiatras no caso de transtornos mentais. Casos mais graves são atendidos pelos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) presentes na maioria dos municípios.
O Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo oferece a pesquisa sobre estimulação eletromagnética para idosos acima de 60 anos com depressão. As inscrições devem ser feitas pelo e-mail [email protected]. As vagas estão abertas e o tratamento é gratuito.
Como prevenir a depressão?
Como boa parte dos casos é consequência de doenças cerebrais, o psiquiatra Lucas Mella, da Unicamp, afirma que é possível prevenir a depressão cuidando da boa saúde do cérebro. “Isso envolve atividade física aeróbia, controle de saúde geral, controle de riscos vasculares, como pressão alta, diabetes, colesterol alto, e manter uma vida cognitiva ativa, com atividade educacional e social e do interesse do idoso”, enumera.
O que fazer em caso de risco de suicídio?
Na rede pública, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) dão prioridade a esses casos. Na rede privada, a orientação é procurar diretamente um especialista (psiquiatra).
Como prevenir o suicídio?
Para a Associação Brasileira de Psiquiatria, algumas medidas eficazes para a prevenção incluem a restrição ao acesso a meios letais (armas de fogo, venenos, medicações potencialmente letais) e o acompanhamento do paciente após a alta hospitalar.