Foram retiradas 12 toneladas de leucina, uma espécie vegetal reconhecida como invasora agressiva e causadora da perda de biodiversidade da Lagoa de Santo Antônio, em Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A retirada do material orgânico faz parte do projeto de revitalização da lagoa e entrou para o calendário de ações coletivas que mobilizaram moradores e órgão público da cidade na conscientização do Dia Mundial da Limpeza, comemorado nesse sábado (18/9).
Com a autorização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o secretário de Meio Ambiente, Mauro Lobato, detalhou que a primeira fase de limpeza da lagoa fez parte da mobilização que ocorreu em vários pontos da cidade, e cada morador teve a oportunidade de contribuir. Por parte da prefeitura, a limpeza foi na Lagoa de Santo Antônio. “Essa foi uma primeira fase, ainda vamos continuar com a retirada do lixo propriamente dito, depois cercar a região que pertence a Área de Proteção Ambiental Carste de Lagoa Santa”.
Arte para mobilizar
A ambientalista e ativista da Frente socioambiental Pedro Leopoldo, Aline Dias, esteve à frente das ações de limpeza da cidade, que começaram durante a semana com diversos trabalhos de revitalização de alguns espaços públicos.
Na rua mais movimentada de Pedro Leopoldo, no coração do Centro, as vitrines das lojas deram lugar para os moradores que passavam apressados apreciarem o grafite do muro da Escola Estadual Rui Barbosa.
O trabalho foi de uma parceria com o Coletivo DiverCidade, que financiou a compra do material para a execução da grafitagem das imagens da fauna e da flora do Parque Estadual Serra do Sobrado. O cinza do muro deu espaço às cores, que despertaram a atenção da moradora Adriana Cerqueira, que viu na simbologia da pintura na Rua Rui Barbosa o empurrão que precisava para também agir.
“O trabalho dos grafiteiros foi um start que Pedro Leopoldo precisava, e a cidade contou com uma ação intensificada em prol do destino adequado do lixo. No dia mundial da limpeza vimos várias ações na cidade e eu aderi como voluntária e levei para empresa onde trabalho as ações limpeza digital, ambiental e mental”, afirmou. O evento também teve a participação das crianças e adolescentes que queriam apertar um pouco a lata spray, afirma o artista plástico, Villas Castro, que vê na ação a possibilidade dos jovens vivenciarem a arte e conhecerem os animais da região que andam sofrendo com as queimadas.
“É preciso reconectar o humano com a natureza, e o projeto se constitui em realizar obras de animais e vegetação típicas da região dando uma visibilidade para que as pessoas se conscientizem da importância de preservar o meio ambiente”. A ambientalista da Frente Socioambiental Pedro Leopoldo, conta que cinco artistas de Pedro Leopoldo e um fotógrafo fizeram os trabalhos no muro da escola e que mesmo com fim das comemorações da semana Mundial da Limpeza, os trabalhos de revitalização de muros permanecerão na cidade. “Continuaremos nas próximas semanas e precisamos da parceria de empresas e pessoas que se sensibilizem com cuidado da cidade, para trazer cor, vida e beleza para todos que transitam por nossas ruas”, completou Aline Dias.
Limpeza nas ruas
O mutirão de limpeza das áreas públicas no sábado contou com a colaboração de moradores, que se dividiram em grupos de cinco pessoas, e catadores da Associação Catadores Pedro Leopoldo que, ao final da coleta dos materiais recicláveis, poderão dar o destino correto dos resíduos. Na região que compõe o entorno da Lagoa de Santo Antônio os moradores recolheram 50 quilos de vidro e encheram 40 sacos de 100 litros de materiais recicláveis como papel, papelão e plásticos.
“Os vidros não deveriam estar presentes na coleta porque deveria ser uma logística das reversa custeada pela indústria, mas isso não ocorre aqui em Minas Gerais. O que vimos em grande quantidade foram plásticos descartados inadequamente. A ação foi positiva para uma reflexão sobre a destinação correta de nossos resíduos” observou Aline Dias. No centro da cidade foram três sacos de 110 litros cada com materiais não recicláveis e cinco de recicláveis, além de 20 garrafas de vidro.
Em outras localidades da cidade foram 23 sacos de 100 litros de lixos não reciclaveis, como isopor e fraldas descartáveis e dois sacos de materiais recicláveis.