Uma aposentada ainda não se recuperou do trauma que sofreu depois de cair em um novo golpe identificado pela Polícia Civil em vários Estados brasileiros.
O aplicativo de mensagens de Whatsapp vem sendo duplicado. O criminoso utiliza a foto do aplicativo, pega outro número e se passa pela pessoa e entra em contato, principalmente, com parentes.
Se passando pelo filho da aposentada, o golpista iniciou uma conversa dizendo que tinha trocado o número de celular.
“Eu recebi através do whatsApp, veio um número. A hora que eu abri, disse: mãe, adiciona esse número aí porque agora nós só vamos nos falar através dele. Daí eu respondi, ok, por que?”, conta a mulher.
No histórico da conversa fica claro. O criminoso age rápido, não dando tempo para a vítima pensar.
“Mãe, eu preciso que você me faça uma favor, eu preciso fazer um depósito, pagar e não estou conseguindo acessar minha conta. Eu falei, tudo bem. Eu automaticamente peguei ali a chave do pix e enviei o dinheiro. Eu caí em um golpe”, revolta-se a vítima.
Quando o filho chegou na casa da mãe, ela disse que tinha enviado o dinheiro que ele supostamente havia pedido. O filho, surpreso, disse: “Mãe, que dinheiro? Eu não te pedi dinheiro”.
Neste momento, ela percebeu que caiu em um golpe. “Meu Deus. Entrei em pânico”, lembra a aposentada.
Golpes aumentaram 290%
O que aconteceu com ela faz parte de uma estatística preocupante: o aumento no número golpes pela internet.
Esta não é a primeira vez que a imprensa fala sobre este tipo de crime. Ao fazer uma pesquisa no sistema com a palavra “golpes” é possível notar que ela aparece mais de 600 vezes desde o início da pandemia até agora. São variados, como golpes de agência de modelos, golpe de criptomoedas, golpe do aluguel, enfim, diversos crimes dessa modalidade. É por isso que a informação é a principal ferramenta para auxiliar no combate a este crime.
Murilo Batalha, delegado da Divisão de Investigação Criminal, orienta as pessoas a estarem sempre atentas à tática usada pelos criminosos.
Dicas para não cair
“A linguagem já diz tudo. Quando os criminosos começam a conversar com a pessoa a gente já consegue perceber que, na maioria das vezes, que trata-se de um golpe. Links maliciosos temos de tomar muito cuidado, links de agências bancárias que solicitam pagamentos ou algum dado. Código via SMS: nenhum banco pede código SMS. Normalmente, quando isso acontece é um golpe para clonar o aplicativo de troca de mensagens. Então, é importante não passar nenhum tipo de informação”, alerta Batalha.,
Se a pessoa desconfiar deve procurar a Polícia Civil, a agência bancária ou algum órgão é que possa proteger o consumidor, sugere o delegado.
A aposentada teve um prejuízo financeiro de R$ 980,00, mas o emocional não dá para calcular.
“Sempre tive cuidado com esse tipo de coisa, nunca passei nada por telefone, meus dados, sempre alertando meu filho. Abala emocionalmente porque a gente fica se culpando, como uma pessoa sempre preocupada…. Eu tenho até medo de atender o telefone agora”, desabafa.