‘Trabalho por conta própria, mexo com pintura, e dependo muito de trabalhar para cuidar da minha família’. O relato é do pintor Fernando César Nogueira Ribeiro, de 45 anos, pai de dois filhos, que tenta, desde 2021, uma cirurgia para retirada de uma haste na perna direita. Em entrevista à Itatiaia, ele revela medo ter a perna amputada, já que o local está inflamado e com pus, e trabalha com auxílio de muletas.
Fernando conta que a primeira cirurgia foi feita em 2008, após ele fraturar a tíbia e fíbula. “A fratura foi diagonal e não teve como colar o osso só na base do gesso. Teve que fazer essa cirurgia colocando a haste. Isso foi no hospital Santana, em Contagem, que já até fechou”, lembra o trabalhador, que é natural da cidade de Confins e mora atualmente em Pedro Leopoldo, na Grande BH.
O pintor conta que teve vida normal até 2018, quando voltou a sentir dores na região e passou por uma cirurgia em Pedro Leopoldo, na Grande BH, para retirar um dos parafusos colocados em 2008. No entanto, em 2021, a perna voltou a doer, ele teve indicação médica para retirar a haste e iniciou a peregrinação para tentar operar. “Em 2021, comecei sentir uma dor de não aguentar nem colocar o pé no chão. Fiquei de muleta uns cinco, seis meses. Nisso, corri atrás, fiz as consultas em Belo Horizonte e entrei com guia na Secretaria de Saúde para poder fazer a cirurgia de retirada da haste, que desceu e está pegando na articulação do tornozelo”, conta.
De 2021 até agora, ele passou pelos hospitais das Clínicas, Evangélico e Santa Casa, em 2022, onde conseguiu um laudo médico indicando a necessidade de retirada da haste.
“Paciente submetido a procedimento cirúrgico de osteossíntese de tíbia com haste intramedular em 2008 no hospital Santana, evoluindo com dor e edema nos últimos 11 meses. Encaminhado a esse serviço com solicitação de reconstrução óssea devido a quadro de osteomielite em tíbia distal. Favor encaminhar o paciente supracitado ao serviço de referência em trauma. Sugiro o hospital da Baleia. Oriento quanto à necessidade de retirada de materiais”, diz o documento emitido em outubro de 2022.
Mesmo com o documento, Fernando diz que ainda não conseguiu a consulta no hospital da Baleia. “Sempre falaram que teria de ser feita no hospital da Baleia, mas nunca a Secretaria de Saúde me mandou lá”, disse.
Ele conta que teve uma melhora e voltou a trabalhar. Porém, as dores voltaram há cerca de um mês e ele notou a presença de pus. “Agora, tem umas quatro semanas que começou a doer de novo, (a ponto) de eu não aguentar colocar o pé no chão e de precisar de muleta. E nisso, de onde foi tirado o parafuso de baixo, em 2018, está saindo um pus de vez em quando. Por isso que eu acho que é devido à dor, porque está infeccionado”, disse.
PBH
Apesar de o laudo apontar a necessidade de ‘retirada de material’, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou, em nota, que o pintor teve a indicação de cirurgia indeferida depois de passar por três avaliações médicas. Após questionamento da Itatiaia sobre o caso, a PBH agendou um consulta no hospital da Baleia para a próxima segunda-feira (27). Veja a nota:
A Prefeitura de Belo Horizonte informa que o paciente foi cadastrado em 2022. Naquele ano, ele passou por três avaliações médicas, em hospitais habilitados, que indeferiram o procedimento. Uma nova consulta foi agendada para o dia 27 de maio e o paciente será reavaliado no Hospital da Baleia. A Central de Internação da Secretaria Municipal de Saúde já entrou em contato para repassar as informações ao usuário.
Fonte: Itatiaia.