A falta de mão de obra qualificada é o principal problema enfrentado hoje pela construção civil, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG). Com expectativa de crescer 2,3% em 2024, o setor enfrenta dificuldade para contratar profissionais de todas as áreas.
“Está faltando de tudo, desde servente, que entra com menos experiência, até pedreiro, carpinteiro, mestre de obra, engenheiro. Todas as profissões estão em falta. Tem empresa trazendo mão de obra até de outros países, outras estão trabalhando com hora extra”, disse o presidente da entidade, Renato Michel.
O cenário se repete em todo o país. De acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), no primeiro trimestre deste ano, a falta ou o alto custo de trabalhadores qualificados foi o principal obstáculo da construção civil, apontado por 28,2% dos empresários, o maior índice da série histórica.
Para Renato Michel, o gargalo está na oferta de treinamento e capacitação.
“O problema está no déficit de treinamento. Temos que atrair mão de obra, mostrar para os jovens que o setor tem salário inicial e pacote de benefícios interessantes, mas, a partir desse momento, eles precisam ser treinados e capacitados para trabalhar no canteiro de obra”, afirmou.
Geração de empregos e crescimento
Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a construção civil gerou um saldo de aproximadamente 109.911empregos no Brasil nos primeiros três meses do ano. Em Minas Gerais, foram 13.357 postos de trabalho.
A expectativa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) é de crescimento de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do setor em 2024. Mas, na avaliação do presidente do Sinduscon-MG, para que os resultados sejam alcançados, é necessário investir na qualificação da mão de obra.
“Hoje o carro-chefe é a construção de edifícios, depois da pandemia, o mercado explodiu. E o setor vai continuar crescendo. Temos obras de infraestrutura, Minha Casa Minha Vida, obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Vamos precisar investir cada vez mais em treinamento e formação dessa mão de obra”, destacou Renato Michel.
Fonte: Globo minas.