A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) lançou seu sexto Plano de Demissão Voluntária (PDV) sob a administração do governador Romeu Zema (Novo), com destino ainda incerto. A estatal pode ser privatizada ou transferida ao governo federal para abatimento de dívida. O PDV oferece, além das verbas rescisórias trabalhistas, uma indenização de até R$ 100 mil por desligamento.
Zema, que desde sua primeira campanha ao Palácio Tiradentes em 2018 tem manifestado o desejo de privatizar a Cemig, enviou em agosto do ano passado uma proposta de emenda constitucional (PEC) à Assembleia Legislativa para facilitar a venda da empresa. A proposta está parada na Casa desde fevereiro de 2024.
A PEC visa remover uma emenda da Constituição do Estado aprovada em 2001, durante o governo de Itamar Franco, que exige a realização de referendo popular para a venda de estatais. A aprovação da PEC requer quórum qualificado de 48 votos dos 77 parlamentares. O governo Zema teme que a venda da Cemig não passasse pelo referendo, o que motivou a apresentação da proposta.
A Cemig, junto com a Copasa e a Codemig, está sendo considerada uma solução para abater a dívida de cerca de R$ 160 bilhões que o Estado tem com a União. A proposta está sendo negociada com o governo federal, com o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD), atuando como um dos principais interlocutores. Ontem, o valor de mercado da Cemig era de R$ 31,5 bilhões.