Os testes para um medicamento inédito que faz parte do tratamento contra o câncer de pulmão deram mais um avanço incrível. O Lorlatinib impediu o avanço do tumor por 7 anos, que é mais tempo do que qualquer outro tratamento na história da medicina.
Segundos os médicos e cientistas envolvidos no projeto, estes são os melhores resultados já registrados para pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas, a forma mais comum da doença.
“Até onde sabemos, estes resultados não têm precedentes”, afirmou o Dr. Benjamin Solomon, principal autor do estudo e oncologista do Peter MacCallum Cancer Center, na Austrália.
Os testes
O estudo envolveu 296 pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas em estágio avançado, dos quais 149 receberam Lorlatinib e 147 foram tratados com Crizotinib, outro medicamento padrão.
Em testes clínicos, 60% dos pacientes diagnosticados com câncer de pulmão avançado que foram tratados com Lorlatinib ainda estavam vivos e sem progressão da doença após cinco anos.
Curiosamente, aproximadamete 25% dos participantes já tinham metástase cerebral quando o estudo começou, o que torna os resultados ainda mais impressionantes.
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O que é o Lorlatinib
Assim como o Crizotinib, o Lorlatinib é um inibidor da tirosina quinase ALK (TKIs). Eles são utilizados como tratamentos direcionados que atacam uma proteína específica encontrada nesse tipo de câncer. No entanto, Lorlatinib se mostrou muito mais eficaz a longo prazo.
“Apesar dos avanços significativos com a nova geração de ALK TKIs, a maioria dos pacientes tratados com essas drogas de segunda geração tem progressão da doença dentro de três anos”, explicou Dr. SBenjamin.
“Lorlatinib é o único ALK TKI que mostrou uma sobrevida livre de progressão de cinco anos, com muitos pacientes ainda mantendo a doença controlada, inclusive no cérebro.”
A Dra. Julie Gralow, diretora médica da ASCO, também destacou a diferença marcante entre os dois medicamentos.
“Sessenta por cento de sobrevida livre de progressão em cinco anos no câncer de pulmão de células não pequenas é algo inédito.”