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Fluência digital será fundamental no mercado, afirma especialista

Por Dentro De Tudo:

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A taxa de empregabilidade de tecnólogos formados é maior que 90%, segundo levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV). Além disso, a chance de um tecnólogo conquistar emprego na área em que se formou é de quase 80%. Ou seja, o mercado está de olho nesses profissionais.

Por esse motivo, nessa segunda-feira (3/6), o Metrópoles e a Faculdade Senac se uniram para discutir a importância da formação desses profissionais para o mercado de trabalho brasileiro.

Mediado pela jornalista Natália André, o talk “Educação para o trabalho: o ensino superior profissional e os desafios do mercado“ reuniu o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Marcelo Bregagnoli; o presidente do Sistema Fecomércio-DF e do Conselho Regional do Senac-DF, José Aparecido Freire; o empresário e especialista em Educação e Tecnologia, Daniel Cleffi; o diretor Regional do Senac-DF, Vitor Corrêa; e o diretor da Faculdade Senac-DF, Luís Afonso Bermudez, para debater o tema.

Cursos tecnólogos

O último Censo da Educação Superior, do Ministério da Educação, apontou que as matrículas em cursos superiores em tecnologia, mais conhecidos como cursos tecnólogos, cresceram 86% em 11 anos. Só em 2021, o número de matriculados em graduações tecnológicas ultrapassou 1,6 milhão, o que correspondeu a 30% dos ingressos em cursos superiores.

Com duração menor que os de graduação – bacharelado e licenciatura -, os tecnólogos levam entre dois e três anos. Por isso, custam menos em relação à graduação de uma faculdade privada. E os diplomas são aceitos em concursos públicos e pós-graduações.

Além da duração e custo, os cursos tecnólogos se diferenciam dos demais por serem altamente práticos, tendo como objetivo principal formar trabalhadores mais rapidamente para atender às demandas do mercado de trabalho. 

“Hoje, o aluno tem de estar bem preparado para o mercado de trabalho, cumprindo requisitos como pensamento crítico, capacidade de resolução de problemas e trabalho em equipe”, frisou Cleffi.

Sobre o método de ensino, segundo Vitor Corrêa, o intuito é que alunos e professores troquem resoluções em conjunto para melhorar o posicionamento dos futuros profissionais no mercado.

Ainda de acordo com o diretor regional, na Faculdade Senac, 75% do alunos estão no mercado ou são empreendedores, segundo pesquisa frequente do Senac. “O sistema S, notadamente, coloca o assunto em pauta, com a devida importância.”


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Evasão escolar

Durante o talk, Vitor Corrêa fez um paralelo entre acesso e evasão escolar versus qualidade e mercado de trabalho. Segundo o diretor Regional do Senac-DF, ainda há um número latente quanto à evasão no ensino técnico e superior, notadamente no Ensino Médio.

“A grande pergunta dos alunos é: ao estudar, no ensino formal, o que é que isso muda de fato na minha vida? O que isso contribui para o meu futuro? Quando estou dedicando 10, 12 anos da minha vida e eu preciso trabalhar ou não tenho recurso para ingressar no Ensino Superior.”

Vitor Corrêa, diretor Regional do Senac-DF

A fala dele é corroborada pelo Censo Escolar, pois o Ensino Médio é a etapa com maior taxa de repetência e evasão, com 3,9% e 5,9%, respectivamente.

Ao entrar na reflexão sobre a qualidade, Corrêa aponta sobre o retorno dos estudos àquele aluno, algo que, às vezes, não é tangível na vida dele. “Sem contar que, hoje, cresce o número de jovens nem nem, que nem estudam nem trabalham”, reforçou.

Essa necessidade de ter um ensino mais rápido e mais acessível para entrar logo no mercado é uma das vantagens dos cursos tecnólogos.

Para ter ideia, a graduação tecnológica registrou 7,3 mil matrículas somente no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Dados da instituição mostram ainda que oito em cada 10 ex-alunos estão empregados no mercado formal.

Cleffi ressaltou a importância da tecnologia, como meio, e a inovação, como fim. Nesse quesito, os cursos tecnólogos incluem conhecimento profundo das áreas que capacitam, pois colocam em evidência as habilidades do século 21. 

Ainda de acordo com ele, no futuro, surgirão novas profissões que terão a tecnologia como principal pilar. “Vai ser indispensável a fluência digital. O empresário vai precisar contratar, mas contratar mão de obra qualificada, com habilidades adquiridas ainda na graduação.”

Desafios 

Além da evasão escolar ser apontada como um dos principais desafios do ensino brasileiro, a questão da evasão de profissionais que vão estudar ou até mesmo trabalhar fora também foi discutida.

Para o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Marcelo Bregagnoli, não é uma questão fácil. “Um dos principais pontos que devem ser melhorados aqui no Brasil é a base salarial.”

Vitor Corrêa ainda trouxe outro ponto: aqueles que moram aqui, mas trabalham fora. “E nisso têm questões jurídicas, de tributação e de crescimento e desenvolvimento envolvidas. Então tudo está relacionado à condição que o país dá ao profissional”, explicou. “É preciso urgente fazermos a manutenção de talentos. E isso só é possível com uma formação de qualidade, bem como a valorização dela. Quanto maior for, menor a evasão.”

Um dos assuntos discutidos também foi a colocação da mulher no mercado de trabalho de tecnologia. 

O secretário ilustrou o tema com a Olimpíada Brasileira de Agropecuária, em que mais de 50% dos participantes eram mulheres. “O cenário vem mudando. A presença feminina na olimpíada reforça isso e elucida uma conquista. E, claro, elas podem muito mais”, ponderou.

Por fim, o presidente do Sistema Fecomércio-DF e do Conselho Regional do Senac-DF, José Aparecido Freire, afirmou que é imprescindível discutir o tema educação profissional para buscar caminhos rumo à fomentação do emprego e, consequentemente, da economia.

“O sistema Fecomércio, inclusive, está sempre em contato com sindicatos para avaliar as oportunidades de mercado. Inclusive, o lançamento do segundo vestibular do Senac ocorre exatamente hoje, sempre com foco em tecnologias, que prepara o aluno verdadeiramente para o emprego”, reiterou.

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