A transferência do ex-policial militar Ronnie Lessa para o Complexo Penitenciário de Tremembé, em São Paulo, está gerando preocupações sobre a segurança dentro das unidades prisionais. Profissionais da área acreditam que Lessa, acusado de assassinar a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, pode ser morto pelo PCC no local.
Autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, a transferência foi contestada pelo presidente do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional de São Paulo, Fábio Jabá, que afirmou que ambas as penitenciárias do complexo são inadequadas para Lessa. A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) também se manifestou contra a transferência.
O Complexo de Tremembé possui duas unidades que recebem homens: a Penitenciária Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra (P1), superlotada e dominada pelo PCC, e a P2, conhecida como “presídio dos famosos”, que não aceita presos ligados ao crime organizado. Jabá destacou que Lessa correria risco de vida na P1, mesmo no “seguro” — ala para jurados de morte e facções rivais.
Para Jabá, o destino mais adequado para Lessa seria o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), mais rígido, em Presidente Bernardes. Contudo, a decisão judicial não contempla essa possibilidade no momento.
O envio de Lessa para Tremembé também vai contra a recomendação da SAP, que sugeriu uma unidade em Presidente Venceslau como mais apropriada. A SAP informou que a decisão do STF deve ser cumprida e que a internação em RDD só é possível por ordem judicial.
(TULIO KRUSE/Folhapress)