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Ciclistas mulheres de BH se unem em grupo para combater casos de assédio como o vivido por jovem no Paraná

Por Dentro De Tudo:

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Casos de assédio, como o sofrido pela paranaense Andressa Lustosa, de 25 anos, que caiu da bicicleta após um homem passar a mão no corpo dela são frequentes na rotina de ciclistas em Belo Horizonte. 

Há mais de três anos, o coletivo feminista Terça das Manas busca fortalecer as praticantes do pedal e luta pela presença segura das mulheres nas ruas da capital. 

Na noite desta terça-feira (28), mais de 40 ciclistas se reuniram na Praça da Estação, no Centro da cidade, em um ato contra o assédio e em homenagem a Andressa.

“A gente é ciclista, mulher, está nas ruas e sabe muito bem como é a vivência desses assédios. O espaço público ainda é muito hostil para as mulheres, seja na bicicleta, no transporte, andamos nas ruas com medo. Quantas de nós passamos por trajetos mais longos porque sabemos que em determinada rua podemos ser assediadas? Sentimos na pele o que aconteceu com a Andressa. Não é um fato isolado, é cotidiano”, disse Marcela Viana, jornalista e idealizadora do Terça das Manas.

A iniciativa surgiu em 2018, unindo um grupo de mulheres que queria pedalar na companhia de outras mulheres. Todas as terças-feiras à noite, elas saem do Centro de Belo Horizonte e exploram a cidade de bicicleta. 

Por causa da pandemia, as atividades ficaram paralisadas por quase um ano e meio, mas foram retomadas há duas semanas. 

Marcela começou a andar de bike em 2014 e já passou por várias experiências como vítima de assédio. 

“Tem de vários tipos: o assovio, o de mexer com a gente no trânsito, as buzinadas de ônibus e caminhão que desconcentram. Um assédio como o que a Andressa sofreu, se acontecesse no centro de BH, poderia ser fatal”, afirmou.

Mulheres ciclistas do Terça das Manas, na Praça da Estação, em BH, na noite desta terça-feira (28) — Foto: Pamela Chavez/ Divulgação

Mulheres ciclistas do Terça das Manas, na Praça da Estação, em BH, na noite desta terça-feira (28) — Foto: Pamela Chavez/ Divulgação 

Segundo Marcela, em grupo, as mulheres se sentem mais seguras e confortáveis e menos vulneráveis, o assédio diminui. Mas a ideia do Terça das Manas é fortalecer as ciclistas para que elas se sintam encorajadas também a pedalar sozinhas. 

“Estamos na rua e vamos continuar para mostrar que o espaço público também é nosso. Uma cidade que é segura para as mulheres é segura para todo mundo”, falou.

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