Em 3 de junho é celebrado o Dia da Conscientização contra a Obesidade Mórbida Infantil. A cada ano, a data se revela mais importante, já que a prevalência de obesidade e sobrepeso tem aumentado entre os mais novos. Estima-se que 42 milhões de crianças estão com sobrepeso no mundo, o que significa uma proporção de 1 a cada 5 crianças.
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O alerta é fruto de um novo estudo publicado no aclamado periódico científico JAMA Pediatrics nessa segunda-feira (10/6). A pesquisa ainda acrescenta que as taxas variam de acordo com a renda regional e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de cada país.
Para concluir a informação, os cientistas da Universidade de Sichuan, na China, observaram mais de 2 mil estudos realizados entre 2000 e 2023 em 154 países ou regiões diferentes. Somando as pesquisas, mais de 45 milhões de indivíduos foram envolvidos.
Em crianças e adolescentes, a prevalência global de obesidade foi de 8,5%. O índice variou nos diferentes países. Para se ter uma ideia, em Porto Rico chegou a 28,4%, enquanto no Brasil ficou em 8,6%.
A pesquisa também atesta o crescimento da obesidade entre o público infantil. A prevalência do problema aumentou 1,5 vezes quando comparados os períodos de 2000 a 2011 e 2012 a 2023.
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Dados alarmantes
Esses dados são preocupantes e não de hoje. Os riscos de crianças com sobrepeso se tornarem adultos obesos são relevantes e, com isso, o risco para doenças crônicas também aumenta. Além de doenças como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares, é preciso considerar outras sequelas como prejuízo à saúde mental, discriminação e bullying.
Na era moderna, não apenas o sedentarismo pode ser apontado como um dos responsáveis. A maior ingestão de alimentos ultraprocessados, como refrigerantes, biscoitos recheados e outros ricos em calorias, se mostra preocupante. O acesso a alimentos calóricos cresce enquanto o incentivo ao consumo de itens in natura, como frutas e verduras, diminui.
Por isso, a educação nutricional é necessária e não se limita apenas aos pequenos. Crianças são seres que copiam o comportamento dos pais, dessa forma, é preciso que a família adeque todo o cardápio, revelando o exemplo.
Outro dado que chamou a atenção foi o de pular o café da manhã, que também esteve associado a um risco aumentado de obesidade pediátrica. Esse dado, inclusive, já havia sido revelado por pesquisas anteriores com adultos. Logo, realizar mais de três refeições ao dia foi ligado a um menor risco de excesso de peso — que pode ser explicado pela teoria que comer mais vezes, porém em porções menores, pode ser mais saudável.
A análise ainda foi além e mostrou que, como consequência, 26 estudos mostraram um aumento de hipertensão numa prevalência de 28%. Cárie dentária, deficiência de vitamina D, asma, diabetes e problemas psicológicos foram também revelados. O ponto que mais chama atenção, ainda, se trata da estimativa de 66% dessas crianças e adolescentes se tornarem adultos obesos.
(*) Thaiz Brito é nutricionista pós-graduanda em Nutrição Esportiva Clínica