Débora Ávila, brigadista de 42 anos, encontrou no combate a incêndios uma missão de vida após perder seu filho de 5 meses por complicações pulmonares, exacerbadas pela fumaça das queimadas no Pantanal. A tragédia pessoal a motivou a ingressar na brigada do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), onde se destaca como a única mulher entre 45 brigadistas.
A trajetória de Débora é marcada por superação e resiliência. Após a morte de seu filho em 2020, ela foi diagnosticada com depressão. Três anos depois, decidiu se inscrever na seleção do Ibama, passando em testes físicos exigentes e aprendendo a operar equipamentos essenciais para o combate ao fogo, como o soprador e a motosserra.
Seu trabalho é especialmente importante durante a maior seca das últimas quatro décadas na região pantaneira, onde incêndios florestais são uma ameaça constante. Além de combater as chamas, Débora se sente sensibilizada ao ver a entrega de oxigênio nas casas, lembrando-se de sua própria perda e das dificuldades respiratórias que acometem muitas pessoas devido às queimadas.
Débora também se dedica a inspirar outras mulheres a ingressarem na profissão, um campo dominado por homens. A gestora ambiental do Ibama, Thainan Bornato, destaca a importância da diversidade nas brigadas e a influência positiva de Débora como modelo para outras pessoas.
Atualmente, Débora possui um contrato temporário de seis meses com o Ibama, recebendo R$ 1.980 por mês, além de auxílios. Ela sonha em concluir seus estudos e, quem sabe, cursar uma faculdade de gastronomia.
A história de Débora é um exemplo de determinação e serviço à comunidade, mostrando que é possível transformar a dor pessoal em uma força motivadora para ajudar os outros e proteger o meio ambiente.
Foto: Marcelo Camargo.