A demolição do prédio da boate Kiss, em Santa Maria (RS), começou nesta quarta-feira (10) com a retirada do letreiro, portas e tapumes. A iniciativa segue após uma cerimônia com a presença de sobreviventes, pais de vítimas e autoridades. O local será transformado em um memorial em homenagem às 242 vítimas do incêndio que ocorreu em 27 de janeiro de 2013.
A previsão é que a demolição e construção do memorial sejam concluídas em oito meses. Alguns itens internos serão recolhidos para integrar o acervo do memorial. Gabriel Rovadoschi, presidente da Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), destacou que o espaço servirá para a reconstrução de vidas, promovendo cultura, educação e apoio social.
O memorial contará com um jardim central, áreas públicas e 242 pilares de madeira representando as vítimas. A ideia é manter viva a memória da tragédia para as gerações mais jovens, integrando o espaço às escolas e ao cronograma de estudos.
A demolição ocorre mais de 11 anos após a tragédia, após a conclusão do júri em 2021 e apesar de embates jurídicos posteriores. Rovadoschi mencionou que a construção do memorial é também um apelo à justiça, esperando que a obra possa simbolizar justiça ao invés de impunidade.
Na sexta-feira (12), representantes das vítimas da Boate Kiss, de Brumadinho e Mariana (MG), dos bairros afetados em Maceió e do incêndio no Ninho do Urubu no Rio de Janeiro se reunirão com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) para cobrar explicações do Estado brasileiro.
Foto: Marizilda Cruppe.
