Medicamento experimental visa eliminar proteínas tóxicas no cérebro e mostrou resultados promissores em camundongos.
Pesquisadores da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, estão investigando a eficácia de um spray nasal para tratar o Alzheimer. O medicamento foi projetado para eliminar proteínas tóxicas acumuladas nos neurônios dos pacientes. Os resultados do estudo foram publicados na revista Science Translational Medicine em 3 de julho.
O Estudo
O spray nasal foi desenvolvido para reconhecer e destruir a forma mais tóxica de proteínas tau. Para superar a barreira hematoencefálica — que regula o transporte de substâncias entre o sangue e o sistema nervoso central — os cientistas encapsularam o medicamento em minúsculas bolhas. Quando aplicado no nariz de camundongos, essas bolhas conseguiram contornar a barreira e atingir as células cerebrais.
Os testes mostraram que uma única aplicação foi suficiente para limpar as proteínas tau tóxicas do cérebro de camundongos idosos com doenças cerebrais associadas a tau. Duas semanas depois, os animais apresentaram melhorias nas funções cognitivas. O spray também foi testado em amostras de tecidos cerebrais de pacientes com Alzheimer, mostrando a capacidade de eliminar os emaranhados de tau e interromper a propagação dessas proteínas.
Perspectivas e Cautela
Embora os resultados sejam animadores, pesquisadores são cautelosos. As neurocientistas Soraya Meftah, Claire Durrant e Tara Spires-Jones, da Universidade de Edimburgo, observam que, apesar das terapias baseadas em tau serem promissoras em modelos animais, sua tradução para a medicina humana tem falhado até agora.
“Muitas questões permanecem em aberto, incluindo se esse tratamento intranasal permitirá a penetração do anticorpo em doses eficazes nos cérebros humanos maiores e se há efeitos colaterais potencialmente perigosos, como inflamação”, consideram as neurocientistas.
Considerações Finais
A pesquisa sobre o spray nasal para Alzheimer ainda está em fase experimental, e mais estudos são necessários para determinar sua eficácia e segurança em humanos. No entanto, este desenvolvimento traz esperança de novos tratamentos para a doença.
Para mais informações sobre saúde, siga a editoria de Saúde no Instagram.