Nesta sexta-feira (29), a infectologista Luana Araújo falou sobre o recente aumento de casos de Covid-19 no estado e tirou dúvidas sobre o tema.
De acordo com a infectologista, a melhora do quadro de infecção pode gerar impacto no comportamento da população, causando um relaxamento dos cuidados contra a Covid-19.
“Vai permitindo, vai dando segurança às pessoas de abrirem mão daquelas medidas de proteção e flexibilizando cada vez mais esse nosso comportamento. E a flexibilização vai vir inevitavelmente associada a um aumento do número de casos”, disse ela.
Luana alerta que o aumento de casos deve ser contido antes que atinja os grupos que ainda estão vulneráveis à doença e que “podem vir a óbito” após uma infecção, como crianças, que ainda não receberam a vacina, e imunossuprimidos que aguardam a terceira dose.
Belo Horizonte não notificou novos casos por Covid-19 nas últimas 24h, mas registrou uma morte. Em Minas Gerais, foram registradas 17 mortes e 908 novos casos de Covid-19 no mesmo período.
A infectologista falou sobre casos de pessoas que tiveram sintomas de Covid-19 após tomar a segunda dose. Ela afirma que, mesmo que o paciente faça o teste da Covid-19 e ele dê negativo, o médico pode vir a solicitar que o paciente aguarde 30 dias para completar o esquema vacinal. Neste caso, mesmo que a dose 2 seja adiada, a vacina não perde sua eficácia.
Ela explica que testes de Covid-19 têm maior chance de falsos negativos quanto mais fora do prazo o teste é realizado, ou caso o teste não seja adequado para as circunstâncias do paciente. Além disso, é preciso reunir outros fatores relativos ao paciente para chegar a um resultado o mais preciso possível.
Diversos telespectadores enviaram perguntas sobre o que caracteriza o fim da pandemia. Segundo Luana, a combinação dos medidores da pandemia, como número de casos, de óbitos por milhão de pessoas e de transmissão, além da taxa de cobertura vacinal da população, ajudam a determinar esse fim.
“Juntando essas três figuras a gente consegue mostrar que a pandemia deixa de ser um problema de saúde pública grave, uma crise, e passa a ser o que a gente chama de endemia. Quer dizer, uma doença que vai ficar aí com a gente durante muito tempo sem causar muito transtorno ”, afirma Luana.