Com a crescente competição entre empresas por profissionais talentosos em diferentes áreas – e especialmente na tecnologia –, companhias começam a diversificar seus benefícios. A ideia é apoiar o colaborador em toda a sua jornada de vida dentro da empresa, o que pode incluir a parentalidade. “Acompanhamos o ciclo de vida do profissional, desde o momento em que ele entra e todo o desenvolvimento de carreira até a aposentadoria”, afirma Ana Carolina Azevedo, diretora de recursos humanos do Google para a América Latina e Canadá.
A partir de agora, funcionários do Google no Brasil têm benefícios corporativos destinados à formação familiar, como congelamento de óvulos, fertilização in vitro, inseminação intrauterina, adoção e barriga solidária. Os benefícios também se estendem para os cônjuges de funcionários (casados ou em união estável).
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O país, que tem a maior quantidade de funcionários na América Latina, é o primeiro da região a oferecer esses auxílios, que já estão disponíveis em outros lugares e ainda serão expandidos nos próximos anos. “Isso faz parte de uma política do Google de acompanhar a evolução da cultura, das necessidades dos funcionários e dos debates do mercado.”
Além do reembolso dos procedimentos (com um teto para cada funcionário), a empresa também oferece orientação, apoio emocional, planejamento do parto e amamentação e cuidados pós-parto, entre outros. Os colaboradores terão acesso 24h, todos os dias da semana, a especialistas nesses temas.
O Google tem benefícios fixos nos mais de 50 países onde atua e outros específicos para os mercados locais. “O meu papel é fazer o Google se conectar localmente com os funcionários”, diz Azevedo. Além dos novos benefícios, a empresa continua oferecendo licença parental de 18 a 24 semanas, salas de apoio à amamentação no escritório e suporte para cuidados com as crianças.
Para a diretora de RH, os benefícios estão em linha com a agenda de diversidade da companhia. “A gente quer que a diversidade faça parte de todas as conversas, inclusive de negócios”, diz a executiva. “Fazemos produtos para uma sociedade muito diversa. Se não tivermos um reflexo disso internamente, não vamos conseguir ser eficientes nas entregas.”
A big tech começou a trabalhar nesse tema há mais de 10 anos, mas os esforços precisam ser constantes para alcançar uma força de trabalho e liderança diversas. “As empresas precisam mudar para acompanhar a sociedade. E acolher as diferentes formas de família é fundamental”, afirma Azevedo.
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Outras empresas com benefícios de fertilidade
Além do Google, outras grandes empresas passaram a oferecer benefícios de formação de família e tratamentos de fertilidade nos últimos anos, o que está se tornando um mercado em expansão.
Nos EUA, 15% das empresas com mais de 500 funcionários já oferecem cobertura para congelamento de óvulos em planos de saúde. Intel, Bank of America, Johnson & Johnson e Starbucks oferecem tratamentos de fertilidade como benefício corporativo.
Dados de uma pesquisa da consultoria de RH Mercer mostraram que até 2015, pouco menos de um quarto das grandes empresas cobriam a fertilização in vitro, por exemplo. Em 2020, esse número subiu para 27%, e, em 2021, para 36%.
No Brasil, Grupo Fleury, Mercado Livre, Microsoft e LinkedIn são algumas das companhias com iniciativas nesse sentido.
Em 2021, quando o Fleury inaugurou uma clínica de fertilidade, passou a oferecer seus produtos também aos seus funcionários. Esse benefício está dentro do programa Amor de Mãe, que dá suporte a gestantes da empresa durante todo esse período. A companhia oferece até 40% de desconto em serviços de reprodução assistida, como congelamento de gametas e fertilização in vitro.
Desde 2018 o Mercado Livre custeia 70% do congelamento de óvulos de funcionárias que quiserem usar o benefício. E o LinkedIn oferece reembolso de R$ 22 mil por tentativa de fertilização. O benefício vale para todos os funcionários, que podem fazer até três tentativas em qualquer clínica.
A Microsoft Brasil ampliou seu plano de saúde e passou a cobrir tratamento para fertilidade.
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