A velocista Flávia Maria de Lima, que competiu nas Olimpíadas de Paris, enfrenta um divórcio conturbado em que seu ex-marido tenta obter a guarda da filha de 6 anos, alegando abandono parental sempre que ela viaja a trabalho. Este caso destaca a desigualdade enfrentada por mulheres que tentam equilibrar carreira e responsabilidades familiares.
Especialistas explicam que a sociedade ainda espera que as mulheres sejam as principais responsáveis pelos cuidados familiares, enquanto os homens são vistos como provedores financeiros. Isso resulta em julgamentos severos quando mulheres se dedicam às suas carreiras. A advogada Gabriella Sallit enfatiza que viajar a trabalho não configura abandono parental, desde que a mãe organize a vida da criança adequadamente.
A falta de representatividade feminina na Justiça e estereótipos de gênero também prejudicam as decisões judiciais. O Conselho Nacional de Justiça criou um protocolo de julgamento com perspectiva de gênero para garantir que tais questões sejam consideradas em todas as causas.