Desde o bloqueio do X (antigo Twitter) no Brasil, em 31 de agosto, a ausência dos usuários brasileiros está sendo fortemente sentida no mercado da cultura pop global. Estima-se que o Brasil, com mais de 20 milhões de usuários mensais, era um dos principais mercados da plataforma, especialmente para comunidades de fãs, também conhecidas como fandoms. A suspensão da rede social no país gerou um grande impacto, não só para os usuários, mas também para gravadoras, produtoras e agências de entretenimento, que estão avaliando as consequências desse afastamento.
Os fãs brasileiros são conhecidos por sua capacidade de mobilização, muitas vezes influenciando diretamente a popularidade de músicas, filmes e programas de TV ao redor do mundo. A cultura de fãs no Brasil, segundo especialistas, vai além do consumo de conteúdo; os fãs desempenham um papel de arquivistas voluntários, registrando e promovendo conteúdos de seus ídolos.
Professores e pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apontam que, apesar de o X ser uma plataforma importante, as comunidades de fãs não estão restritas a essa rede social e tendem a migrar para outras plataformas. A especialista Geane Carvalho Alzamora acredita que o mercado brasileiro é essencial para o X, e que a suspensão provavelmente será resolvida em breve. Já Camilo Aggio ressalta que a plataforma se consolidou como um espaço importante para o entretenimento e cultura pop, e que, mesmo com o bloqueio, essas comunidades continuarão a encontrar novas formas de se reunir e compartilhar conteúdo.
Fãs como Aline Paiva, que acompanhava notícias do grupo sul-coreano Twice através do X, já começaram a migrar para plataformas como Bluesky e Threads, adaptando-se à nova realidade após o bloqueio.
Fonte: O Tempo
Foto: Roberto Gardinalli/Folhapress
