Quarto estado com mais raios, Minas registrou 3,2 milhões de descargas elétricas no ano passado, um aumento de 30% em comparação com 2019. O crescimento das ocorrências está ligado diretamente à poluição, apontam especialistas. A projeção, inclusive, é de uma incidência ainda maior daqui a 60 anos, com destaque para o Sul do território, que deve superar – e muito – as médias nacionais.
Segundo o coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Osmar Pinto Júnior, a quantidade de raios no território é muito grande e requer atenção da população, principalmente com a aproximação do período chuvoso. “Estamos iniciando o que chamamos de temporada de raios, e que vai atingir o máximo no verão”, afirmou.
De acordo com o pesquisador, a crise climática é uma das principais responsáveis pelo crescimento das estatísticas nos últimos anos, não só em Minas Gerais, mas em todo o planeta. “Se a poluição aumentar, a tendência é de mais raios. É o que acontece hoje nos grandes centros urbanos, como Belo Horizonte”, explicou.
Conforme Pinto Júnior, o aquecimento global favorece uma maior quantidade de vapor d’água jogada na atmosfera, formando nuvens mais espessas, o que amplia a quantidade de tempestades e, consequentemente, as descargas elétricas (veja como os raios são formados na arte ao lado). “Temos que mudar muita coisa, diminuir bruscamente a emissão de gases do efeito estufa em um curto período de tempo para que a gente consiga frear esse aumento, ou ao menos diminuir”, garantiu.
No Brasil, existe ainda outro fator agravante, que são as queimadas. A curto prazo, segundo Osmar, não há solução viável para o problema. “O que podemos fazer é evitar os prejuízos e as mortes que os raios causam”.
Emissão de alertas
Os moradores da capital podem receber alertas de risco de chuvas fortes, granizo, tempestades, vendavais, alagamentos, risco de deslizamentos de terra e outros fenômenos meteorológicos por SMS.
Para se cadastrar, basta enviar uma mensagem de texto com o CEP para o número 40199. O serviço não tem custo. A população também pode acompanhar as recomendações da Defesa Civil pelas redes sociais.