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Conheça a história da mineira que superou um câncer e foi eleita Miss

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A belo-horizontina Lorena Arianne sempre gostou do mundo da moda e do universo das misses. Com 13 anos, fez seu primeiro curso de modelo. “Gostava muito, mas achava incansável e não dei prosseguimento”, lembra. Apesar de não ter virado modelo profissional e não ter dado continuidade na agência em que havia entrado, apareceram trabalhos ao longo do tempo. Ela quis colocar os estudos em primeiro lugar e, assim que se formasse na faculdade, buscaria maior sonho: participar de um concurso de miss. Ela não contava, porém, com o diagnóstico que viria junto com sua formatura e adiaria sua caminhada. Lorena tinha um linfoma não-hodgkin no mediastino, um tipo raro de câncer no sangue, com metástase nos dois pulmões. 

“Eu tinha dor no peito, sudorese noturna, acordava com o corpo molhado e respiração ofegante. Era como se tivesse corrido uma maratona”, lembra a modelo mineira. “Fiquei enrolando para ir ao médico, mas um dia acordei com uma dor muito forte e acabei indo ao pronto atendimento em Contagem. O médico me pediu um raio-x, em seguida uma tomografia, depois uma tomografia com contraste…”, recorda ela, que conta que, enquanto fazia os exames, sua mãe, já recebia as notícias mais difíceis.

A modelo soube do diagnóstico um pouco depois e, a partir daí, foi internada. O caso era grave. “O médico disse que a primeira vaga em um hospital seria minha. Eu estava com um linfoma. Não é uma coisa que você está preparada para ouvir”, recorda.

Ela ficou em uma UTI coronariana por 12 dias. Precisou ser intubada para que a biópsia fosse feita, sua respiração estava fraca. O coração quase não aguentou. “Usava oxigênio, só andava no hospital de cadeira de rodas. Quando saiu o primeiro resultado, ainda não tinha os subtipos do linfoma, mas como meu estado era grave, me passaram uma quimoterapia mais geral, para me estabilizar e fui transferida de hospital”. 

Cerca de uma semana depois, ela teve alta. Iria fazer as quimioterapias, mas poderia ficar em casa. Cortou o cabelo chanel, porque havia ouvido talvez ela não perdesse os fios. “Com 15 dias, porém, eles começaram a cair, três dias depois disso, caiu tudo”, conta.

Durante o tratamento, vários foram os desafios, a modelo enfrentou também uma embolia pulmonar. Mas a quimioterapia a ajudou e, em exames de rastreamento foi confirmada, inicialmente, a remissão e, em um segundo momento, a estabilização do linfoma. Como parte do tratamento, ela precisaria de transplante de medula.

Como a doença não havia atingido sua própria medula, ela não precisou de doador e vez um transplante autólogo. “Antes do transplante, tive infecção generalizada. Os médicos desacreditaram a minha mãe. E foi aí que eu tive uma experiência com Deus. Foi sobrenatural. Lembro de orar e pedir para que ele estivesse comigo, cheguei na UTI e tremia na cama, não conseguia engolir a minha própria saliva, estava em estado de agonia. Não sei se era para eu morrer, mas acredito muito que nossa fé é quem cura. Pedi a Deus que me deixasse ver a face dele e eu vi. Lembro como isso marcou minha vida e foi a força que eu precisava”, lembra.

As bactérias que haviam contaminado a modelo cederam com 12 horas. Ela define o acontecimento como um milagre. 

Depois da recuperação, que envolveu fisioterapia hospitalar e toda a readequação à vida novamente, a pandemia da Covid-19 fez com que Lorena tivesse novamente que ficar em casa. Em 2021, porém, ela viu uma chance de finalmente realizar o sonho que havia sido adiado: o concurso Miss Brasil Internacional.

“Fiquei insegura, achei que não seria capaz de me preparar, porque com o tratamento, além de ter perdido cabelo, sobrancelha, ganhei 15 kg. Mas resolvi encarar como um aprendizado, mais uma superação. Eu teria pouco tempo para treinar minha passarela, minha oratória, para melhorar meu corpo”, confessa.

O aprendizado virou sonho realizado. “Foi uma surpresa pra mim. Eu não poderia participar da maioria dos concursos, por causa do limite de idade, que é 26 anos, e quando eu tinha essa idade, estava lutando contra o câncer, quando vi esse que era até 28 pensei que era uma porta que podia se abrir, algo que eu podia tentar. Mas não imaginava”, admite. “Mas o câncer me trouxe uma coisa, depois de todo o tratamento, de tudo que eu passei, o que eu mais quero é viver. Depois de tudo isso, a gente tira essa força de correr atrás e querer realizar as coisas”, afirma. 

Ela conta que viu sua história passando em sua cabeça no momento da vitória. E ficou grata com as portas que se abriram com o prêmio, principalmente, por poder compartilhar sua história de superação. “Acho que essa é a minha missão, tentar motivar as pessoas a terem fé, a saberem que, mesmo que elas estejam passando por um momento difícil, temos força. Às vezes a gente acha que a vida acabou na dificuldade, mas ela é só um percurso para chegar ao nosso destino”, diz. 

E para espalhar a mensagem de motivação, Lorena Arianne tem como uma de suas principais ferramentas o Instagram, com mais de 60 mil seguidores, a mineira compartilha, desde a época do tratamento, sua rotina e trajetória na rede social.

Fonte: O Tempo.

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