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Plantão digital não exime governo de repor policiais em Minas

Por Dentro De Tudo:

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Embora bem-vindo, o plantão digital para atendimento de ocorrências em Minas não pode desobrigar o Estado de recompor o deficit de pessoal na Polícia Civil, conforme cobraram deputados nesta terça-feira (7/12/21), em mais um encontro do 2º ciclo do Assembleia Fiscaliza 2021 realizado para a prestação de contas da administração estadual.

Desta vez o objetivo foi ouvir o chefe da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), Joaquim Francisco Neto e Silva, e o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Rogério Greco, em reunião comandada pela Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), tendo como convidadas as Comissões de Direitos Humanos e de Defesa dos Direitos da Mulher.

A iniciativa da ALMG  prossegue até segunda-feira (13), com o intuito de ampliar o papel fiscalizador do Legislativo estadual. 

A garantia de concursos públicos para repor o deficit de policiais civis e a alocação de recursos do Estado para investimento nas forças de segurança foram demandas recorrentes dos parlamentares.

O plantão digital não pode ser usado pelo governo como um refúgio para não recompor os efetivos, o ser humano é insubstituível na segurança pública”, frisou o deputado Sargento Rodrigues (PTB), presidente da Comissão de Segurança Pública.

O parlamentar também questionou o gestor sobre o cumprimento de leis recentes, sancionadas este ano, como a que determina a implementação de um banco de dados sobre as armas de fogo apreendidas no Estado, e cobrou ações para maior integração das forças de segurança.

Concurso em andamento não suprirá demanda

O chefe da PCMG argumentou que em setembro de 2015 o Estado alcançou o limite prudencial para despesas com pessoal previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o que, segundo ele, tem prejudicado a oferta de mais vagas na área de segurança.

De lá para cá, o efetivo de policiais civis, que era de 11.748 mil profissionais em 2016, perdeu mais de 700 postos, caindo para 11.026 policiais.

Joaquim Neto e Silva disse que, apesar das difculdades, o governo abriu concurso público, com provas a serem realizadas nos próximos dois finais de semana, para o preenchimento de 519 cargos de policiais civis em cinco carreiras. Segundo ele, foram inscritos 113.871 candidatos, sendo que o cronograma prevê nomeações em junho do ano que vem.

Apesar disso, o chefe da PCMG admitiu que o quadro permanecerá “extremamente deficitário”, uma vez que a corporação tem em torno de 7,6 mil cargos vagos no momento.

Recursos do Estado são cobrados

Sobre investimentos, o chefe da PCMG disse que o Estado tem enfrentado dificuldades financeiras, mas que a Polícia Civil tem buscado meios para viablizar esses recursos, como emendas parlamentares e aportes oriundos do acordo judicial firmado pelo Estado com a Vale. O deputado Sargento Rodrigues e outros parlamentares criticaram falta de investimento próprio do Estado – Foto:Ricardo Barbosa

O presidente da comissão, contudo, fez críticas. “Como fazer uma política pública se não tenho uma rubrica com investimentos alocados do Estado?”, questionou o deputado.

Sobre a integração das forças de segurança, o chefe da PCMG mencionou que há diversas operações conjuntas. Quanto ao controle de armas apreendidas, disse que ele será incrementado com investimento de R$ 4 milhões em recursos da Vale. 

Por sua vez, a deputada Delegada Sheila (PSL), vice-presidente da comissão,  considerou boas as notícias trazidas pelo chefe da Polícia Civil, ainda que endossando demandas por investimentos diretos do governo. Ela também reforçou que o plantão digital não pode substituir a autoridade policial. 

“A luta pelo aumento do número de delegados em Minas e por mais concursos públicos vai continuar”, frisou a deputada, reivindicando do governo uma aeronave nova para atuação da Polícia Civil no combate à criminalidade.

Mudança em emissão de RG é destacada

A deputada Celise Laviola (MDB) pediu informações sobre a carteira de identidade digital, pontuando que ela será muito significativa sobretudo para o interior do Estado, pois não exigirá que o cidadão gaste tempo na fila para tirar o documento.

O chefe da PCMG disse que até a semana que vem deve ser celebrado o contrato que permitirá tirar o RG sem a necessidade de levar foto, printar dedos ou buscar o documento. Segundo ele, foi homologada nesta segunda (6) a licitação para a emissão da nova certeira de identidade no padrão nacional. A emissão do RG Express será centralizada na Capital, para evitar riscos de extravios de cédulas.

Plantão digital em expansão

O deputado Delegado Heli Grilo (PSL) indagou sobre a quem caberá acompanhar a implementação do plantão digital e defendeu a  estruturação de um laboratório em Araxá (Alto Paranaíba) para a emissão de laudos periciais definitivos.

Ele reivindicoou, ainda, que o Estado discuta uma política de remoção de presos e disse que policiais precisam de armas para cautela fixa, especialmente nas regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, onde muitos policiais têm sido executados fora do horário de trabalho.

Joaquim Neto e Silva disse que a gestão do plantão digital é do próprio gabinete da chefia da PCMG. O plantão digital está presente em cinco unidades na Capital e em 45 comarcas do interior, com previsão de operação em outras três ainda este ano. Uma central estadual está em fase de testes e deverá ser inaugurada nos próximos dias.

O chefe da coporação disse apoiar um estudo sobre como viabilizar laboratórios periciais no interior e que está em diálogo com a Sejusp para implantação de uma central de escolta de presos.

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