Faltando pouco mais de dez meses para as eleições de 2022, ao menos nove nomes são cotados para a disputa à Presidência da República. Em uma eleição que traz a expectativa de um cenário bastante polarizado entre o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), outros nomes da centro-esquerda e da centro-direita disputam a posição de candidato da terceira via. Veja quem está na briga:
Lula (PT)
Liderando as pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a ser considerado como pré-candidato por lideranças do PT desde que teve sua condenação por corrupção anulada pelo Supremo Tribunal Federal.
Lula ainda não confirmou se vai concorrer, mas o ex-presidente tem dialogado nos bastidores com outras legendas na busca de apoio. Inclusive, considerado no passado como improvável, nos últimos meses tem sido ventilada a possibilidade de Geraldo Alckmin ocupar a vaga de vice em uma possível chapa com Lula. Alckmin anunciou que deixará o PSDB, mas ainda não definiu para qual legenda irá.
Mesmo estando na frente, o antipetismo ainda pode ser uma pedra no sapato de Lula nas eleições de 2022, principalmente entre o eleitorado que liga o PT à corrupção no Brasil.
Jair Bolsonaro (PL)
O presidente Jair Bolsonaro acaba de se filiar ao Partido Liberal para tentar a reeleição. Ele, atualmente, aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, atrás apenas do ex-presidente Lula.
A nova legenda que abriga o presidente, o PL, é de de Valdemar Costa Neto, um dos condenados no escândalo do mensalão.
Apesar da popularidade em queda de Bolsonaro, o presidente aposta em seu eleitorado mais fiel, que gira em torno de 30%, para levá-lo ao segundo turno.
Sérgio Moro (Podemos)
A disputa pela presidência deu uma movimentada com a recente chegada do ex-juiz Sérgio Moro ao xadrez de 2022. Filiado ao Podemos em 10 de novembro, o ex-juiz usa da popularidade que conquistou durante a atuação na Operação Lava Jato, para disputar o eleitorado que não quer nem Lula e nem Bolsonaro, além de surfar na pauta anticorrupção.
Moro, em pouco tempo como pré candidato, aparece em terceiro lugar na disputa, conforme apontam as pesquisas recentes e com potencial de “roubar” votos do presidente Bolsonaro e outros candidatos de terceira via, como o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
A dificuldade de Moro estará nas acusações de parcialidade nos julgamentos da Lava Jato e de que cometeu abusos durante a investigação. Além de ter sido ministro da Justiça do governo Bolsonaro e ter saído fazendo acusações contra o governo, o que desagradou o eleitorado simpático à Bolsonaro.
Ciro Gomes (PDT)
Dos nomes já colocados, Ciro Gomes (PDT), que tentaria a presidência pela quarta vez, é o único, além de Lula, que figura no campo da centro-esquerda. Em 2018, o pedetista disputou a presidência e ficou em terceiro lugar no primeiro turno, com 12,5% dos votos.
Ciro foi prefeito de Fortaleza, deputado estadual, deputado federal, governador do Ceará e ministro dos governos Itamar Franco e Lula. Nesta eleição, pelo que vem demonstrando em sua pré-campanha, Ciro lançará mão da estratégia de ataque, principalmente, ao ex-presidente petista, com quem disputa pelo eleitorado mais à esquerda.
Por outro lado, a estratégia agressiva de Ciro adotada contra Lula pode servir como uma faca de dois gumes na campanha do pedetista. Apesar de colocar Ciro como alternativa à Lula, ela pode afastar eleitores de esquerda que gostam de Lula e que defendem uma frente ampla anti-Bolsonaro.
João Doria (PSDB)
Escolhido pelas prévias como candidato tucano, o governador de São Paulo, João Doria, provavelmente se apresentará como “o candidato da vacina” contra covid já que o Instituto Butantan, que é do Governo de São Paulo, é o responsável pela produção da CoronaVac, a primeira vacina a ser disponibilizada no Brasil contra a covid-19.
Mas pesquisas de intenção de voto realizadas até agora o colocam na quarta ou quinta posição no primeiro turno. O candidato tucano perdeu ainda mais força com a chegada do ex-Juiz Sérgio Moro à disputa.
Rodrigo Pacheco (PSD)
O presidente do Senado Rodrigo Pacheco se filiou em outubro ao PSD, partido do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab. Antes mesmo da filiação, Kassab reiteradamente dizia em entrevista que enxergava em Pacheco o nome certo para uma possível candidatura do partido ao Planalto em 2022. No entanto, até o momento o senador ainda não confirmou sua pré-candidatura.
Simone Tebet (MDB)
Até então, apenas um nome feminino foi cogitado como pré-candidata à Presidência. O nome da senadora Simone Tebet foi ventilado para a disputa durante a CPI da Covid-19, realizada no Senado Federal.
A senadora teve uma atuação de destaque, mesmo não sendo integrante fixa da comissão. Em sua atuação durante os principais depoimentos da CPI adotou uma postura firme e crítica à gestão do governo Bolsonaro na pandemia.
No entanto, a senadora ainda não foi confirmada como pré-candidata e ainda existe a possibilidade do MDB apresentar o nome de Tebet como uma possível vice em outra chapa.
Alessandro Vieira (Cidadania)
O senador por por Sergipe também ganhou destaque durante a sua atuação na CPI da Covid-19.
Considerado novato na política, tendo sido eleito pela primeira vez em 2018, Vieira foi apresentado pelo Cidadania como uma opção de terceira via contra a polarização entre Bolsonaro e Lula.
Em 2018, o senador declarou voto em Bolsonaro, no entanto esse posicionamento mudou. Mudança enfatizada durante a CPI da Covid-19, em que Vieira apresentou postura fortemente contrária ao governo federal.
Luiz Felipe D’Ávila (Novo)
Ex-tucano, o cientista político Luiz Felipe D’Ávila foi anunciado no dia 3 de novembro como pré-candidato do Partido Novo à Presidência da República.
D’Ávila é crítico de Bolsonaro e Lula. Na cerimônia em que o Novo o lançou como pré-candidato, o cientista político defendeu privatizações e outras reformas para reduzir o papel do Estado na economia, principais bandeiras defendidas pelo partido de Amoedo e Zema.
A lista definitiva só vai ser definida nas convenções partidárias que vão ocorrer entre julho agosto do ano que vem, ou seja, até lá, nomes podem ser retirados e outros acrescentados à lista.
Fonte: O Tempo.