O Censo da Educação Superior 2023 revelou um crescimento expressivo no número de cursos de graduação a distância (EaD), com um aumento de 232% nos últimos cinco anos. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (3/10) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O levantamento também mostra que, entre 2022 e 2023, o aumento foi de 15%, desacelerando em comparação ao período entre 2021 e 2022, que registrou um incremento de 21%.
O número de vagas em cursos EaD também teve uma alta significativa, com crescimento de 167,5% entre 2018 e 2023. Em contraste, as vagas para cursos presenciais caíram 13,5% no mesmo período. Essa mudança reflete a crescente preferência pela educação a distância, impulsionada pela flexibilização nas normas regulatórias e pela adaptação dos sistemas de avaliação.
Quase 10 milhões de matrículas
O total de matrículas em cursos de graduação no Brasil chegou a 9.976.782, sendo que pouco mais de 5 milhões são de cursos presenciais e 4,9 milhões em EaD. Se mantida essa tendência de crescimento, espera-se que em 2024 o número de estudantes em cursos a distância supere os matriculados em cursos presenciais. Em 2023, o aumento no número de matrículas foi o maior desde 2014, com uma alta de 5,6%.
Desafios e qualidade
Embora o crescimento da EaD seja notável, Leonardo Barchini, ministro substituto da Educação, destacou que o Ministério da Educação (MEC) está preocupado com a qualidade dos cursos, tanto presenciais quanto a distância. O MEC pretende apresentar, em breve, um pacote de alterações visando assegurar a qualidade dos cursos EaD e conter o avanço descontrolado da modalidade, por meio de novas regulamentações que serão propostas ao Congresso Nacional.
Com a educação a distância ganhando cada vez mais espaço, o cenário aponta para uma mudança significativa no perfil da educação superior no Brasil, com a necessidade de garantir que a expansão ocorra de forma controlada e com qualidade.