No caso do menino de 9 anos que matou 23 animais no Paraná, é importante destacar que não é possível diagnosticar psicopatia ou Transtorno de Personalidade Antissocial (TPA) antes dos 18 anos, segundo a psicóloga Cristiane Nogueira, coordenadora da Comissão de Orientação em Psicologia de Emergências do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-MG). Isso ocorre porque crianças e adolescentes estão em fase de desenvolvimento e formação de suas personalidades.
A ação do menino, flagrada por câmeras de segurança, gerou forte repercussão nas redes sociais, com muitos o classificando como “psicopata”. No entanto, Cristiane esclarece que é fundamental abordar o caso com cautela, sem imediatismos ou diagnósticos precipitados. A recomendação é que a criança seja acompanhada por uma equipe multidisciplinar composta por psicólogos, assistentes sociais, médicos e educadores ao longo do tempo, para um estudo mais profundo de sua situação psicológica e social.
A especialista também chama a atenção para o risco de se buscar respostas rápidas e diagnósticos baseados em sinais isolados, que muitas vezes são influenciados por um contexto de fascínio popular por figuras de psicopatas e serial killers retratados na mídia. Ela reforça que qualquer avaliação deve ser feita com fundamentação científica, método e técnicas profissionais apropriadas.
Fonte da matéria: O TEMPO Brasil | Crédito da foto: Reprodução/X @futricasefofoca