O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, afirmou que a entidade estuda a possibilidade de processar a equipe do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) que assinou a ordem de embargo da construção da fábrica da cervejaria Heineken em Pedro Leopoldo, na região metropolitana de Belo Horizonte.
“Enquanto instituição, estamos estudando mover um processo contra esses profissionais. Pequenos grupos se apropriam dessa temática ambiental e criam uma retórica, aí fica difícil para uma empresa, porque, com a energia que elas vão gastar, preferem ir embora para onde não vai haver esses pequenos grupos. E o pior é que você vai ver quando é que uma nova empresa vai para Pedro Leopoldo. As 64 mil pessoas da cidade estão condenadas a trabalhar em Belo Horizonte, piorar o trânsito e a impactar o meio ambiente”, afirmou Roscoe, em coletiva de imprensa para apresentar os resultados da indústria, nesta terça-feira (21).
A construção foi embargada em setembro, sob suspeita de impactar o sítio arqueológico onde foi descoberto o crânio de Luzia, fóssil humano mais antigo encontrado nas Américas, de acordo com o ICMBio. A Justiça de Minas concedeu liminar para que a empresa seguisse com o empreendimento, porém a própria cervejaria desistiu da construção neste mês. Roscoe afirma que não havia arcabouço técnico para impedir o empreendimento.
Agora, cidades do Norte de Minas disputam a implantação da fábrica, que ainda não tem destino certo, segundo a empresa. “O telefone aqui não para de tocar. 852 municípios piraram pela Heineken”, pontuou Roscoe. A cervejaria planejava um investimento de R$ 1,8 bilhão para construir a nova unidade.