Marcas de moda autoral marcaram presença na 32ª edição do MinasTrend, em Belo Horizonte, apresentando criações que priorizam a sustentabilidade. Estilistas locais têm utilizado materiais inusitados, como retalhos de jeans, papéis de sacos de cimento e ervas medicinais, refletindo uma preocupação com os impactos ambientais da indústria da moda.
Uma das estilistas, formada em design de moda pela UFMG, começou sua trajetória em moda sustentável em 2013. Sua experiência na disciplina ‘artes da fibra’ a levou a criar peças utilizando papel de saco de cimento. O sucesso de suas criações a motivou a desenvolver bolsas e roupas, utilizando 500 sacos de cimento em um único processamento, que inclui a mistura do papel com fibra de bananeira para maior resistência.
A coloração das peças é feita com ingredientes como café e cochonilha, seguindo um processo cuidadoso de limpeza e tingimento. Os clientes, segundo a estilista, muitas vezes conservam as peças por anos, embora as roupas não sejam impermeáveis e exijam cuidados específicos para a higienização.
A indústria da moda é responsável por enormes quantidades de resíduos e emissões de CO₂, contribuindo para o aquecimento global e afetando a biodiversidade. Pesquisas revelam que, em 2022, o Brasil produziu quase 9 bilhões de novas peças, resultando em uma média de 42 novas peças por pessoa anualmente. Especialistas alertam para os impactos do descarte inadequado e a urgência de práticas mais sustentáveis na moda.
Fonte: g1 Minas
Foto: Patrícia Luz/g1
