Há três anos, o avião que levava a cantora Marília Mendonça e sua equipe caiu nas imediações do Aeroporto de Caratinga, no limite com Ubaporanga. Embora o acidente não tenha ocorrido no aeródromo, a tragédia provocou uma série de melhorias na segurança do local, que continua a receber investimentos até 2026.
O acidente aconteceu quando o modelo King Air colidiu com uma linha de transmissão da Cemig não sinalizada, que estava fora dos limites da Zona de Proteção do Aeródromo. A investigação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) concluiu que a linha de transmissão não representava risco significativo às operações aéreas, mas recomendou melhorias na sinalização.
Em resposta, a Cemig implementou a sinalização da linha em agosto do ano passado, seguindo as recomendações do Cenipa e do Comando da Aeronáutica (Comaer). O empresário Álvaro Lacerda, responsável pelo aeroporto, afirmou que a fatalidade chamou a atenção para a necessidade de melhorias, levando a um boom de investimentos.
Desde o acidente, o aeroporto passou a contar com uma nova carta visual, que orienta os pilotos sobre os procedimentos de pouso e decolagem. Além disso, houve a substituição do cercamento do aeroporto, asfaltamento do entorno e previsão de ampliação da pista de 1.080 para 1.400 metros. A balização noturna está programada para ser implementada até o primeiro semestre de 2026.
Lacerda destacou a importância desses investimentos para a segurança das operações aéreas, especialmente para voos noturnos e serviços de resgate médico. Wagner Cláudio Teixeira, especialista em aviação, ressaltou que acidentes envolvendo figuras públicas geram pressão para que as autoridades tomem medidas de segurança.
De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), dos 504 aeroportos públicos no Brasil, 384 não têm operações por instrumentos, operando apenas visualmente. Entre os aeroportos privados, a situação é semelhante, com a maioria funcionando somente durante o dia.