Reservatórios melhoram, mas precisam de mais chuva
As chuvas deste início de ano têm reforçado a recuperação dos reservatórios das hidrelétricas e desenham um cenário de menos estresse para a operação do sistema elétrico em 2022. Apesar da melhora dos indicadores, especialistas destacam que as chuvas ainda precisam de sequência, para garantir, de fato, um ano tranquilo para o abastecimento sem que as tarifas se mantenham pressionadas.
Por este motivo, em agosto de 2021, foi criada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) uma nova bandeira tarifária na conta de luz, chamada de bandeira de escassez hídrica, que tem revoltado os consumidores.
Em Matozinhos e região, vários moradores enviaram ao Por Dentro de Tudo fotos das contas de luz com a referida taxa. Para eles, é incoerente cobrar taxa de escassez hídrica após o volume de chuva que atingiu todo o Estado.
“É um absurdo. A conta chegou agora e estão cobrando essa taxa de R$ 33,72. Com tanta chuva desde novembro e nós pagando escassez hídrica”, reclamou um morador de Matozinhos.
APESAR DA CHUVA, O PROBLEMA CONTINUA
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) indica que o cenário melhorou e que deve haver sobras de potência pelo menos até maio.
Pela projeção mais recente do ONS, os reservatórios das regiões mais afetadas pela seca em 2021 – Sudeste e Centro-Oeste – devem chegar ao fim de janeiro com 40% de capacidade, depois de terem caído para menos de 15% em outubro, no fim do período seco. A previsão é que os reservatórios fecharão o mês de janeiro com 73,2% da capacidade no Norte, 70,2% no Nordeste e 34,8%. no Sul.
Especialistas destacam que, para que os reservatórios se recuperem efetivamente, as chuvas do período úmido precisam cair de maneira sequencial, constante, e em grandes quantidades, nas principais bacias do país. Desse modo, é possível manter os subsolos dos rios cheios e assegurar uma boa base para o período seco, que começa em abril.
SOBRE A TAXA DE ESCASSEZ HÍDRICA
A taxa extra é de R$ 14,20 para cada 100 kilowatt-hora (KWh) consumidos e está em vigor desde 1º de setembro de 2021, permanecendo vigente até abril de 2021.
A decisão foi tomada em meio à crise hidrológica que afeta o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas, principal fonte geradora de energia elétrica no país.
Todos os consumidores de energia elétrica foram abrangidos pela nova bandeira tarifária, com exceção dos moradores de Roraima, único estado que não está interligado ao Sistema