A proposta do Governo de Minas Gerais de conceder à iniciativa privada trechos da Linha Verde (MG-10), MG-424 e LMG-800 pode resultar na instalação de 13 pedágios ao longo das rodovias que dão acesso ao Aeroporto de Confins, à Serra do Cipó e a diversas cidades da Grande BH. A medida, atualmente em consulta pública, tem gerado protestos de moradores de 12 municípios afetados, que organizaram um abaixo-assinado e estão planejando manifestações, incluindo uma nesta quarta-feira (11) em Lagoa Santa. A principal crítica é a falta de consulta à população e os impactos financeiros, sociais e econômicos da medida.
A proposta prevê o uso do sistema de pedágios “free flow” (fluxo livre), que permite a cobrança sem a necessidade de paradas ou redução de velocidade dos motoristas. O modelo já foi implementado em outras rodovias, como a MG-459, em Monte Sião. Além da cobrança de pedágios, também estão previstas balanças para pesagem de veículos de carga em dois pontos da MG-010.
A concessionária vencedora do processo terá um contrato de 30 anos e um compromisso de investir R$ 3 bilhões nas rodovias, além de R$ 1,3 bilhão em serviços de atendimento aos usuários. O projeto também inclui a construção de contornos viários em Lagoa Santa, Prudente de Morais e Matozinhos, com mais de 31 km de novas rodovias duplicadas.
A consulta pública segue até 12 de dezembro, e os cidadãos interessados em sugerir alterações no projeto podem participar. A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra) já realizou audiências públicas sobre a concessão.