A Polícia Civil impediu que a família de um gerente bancário fosse sequestrada e colocada em cárcere privado em Três Marias, na região Central de Minas Gerais, nessa segunda-feira (24). Três homens, de 20, 23 e 40, foram detidos e devem responder pelo crime de extorsão mediante sequestro.
Eles chegaram a ameaçar a família com arma de fogo e enforcar o pai do gerente, mas assim que a polícia chegou, os três fugiram. Posteriormente, o trio foi preso por outra equipe na BR-040, já em Capim Branco. Com eles, foram apreendidos um revólver calibre 38, uma peruca e uma máscara, usados na invasão.
“Embora tenha se efetivado na forma jurídica a equipe conseguiu com empenho que as vítimas não fossem submetidas ao intenso sofrimento decorrente de um cárcere a quais são submetidas durante esse crime de denominado sapatinho,” explicou Fábio Reis, investigador da Polícia Civil, nesta terça-feira (25).
De acordo com o investigador, os criminosos aproveitam da facilidade de obter informações em cidades do interior para agir e a Delegacia Especializada Antissequestro conseguiu antecipar a ação do trio.
O jovem, de 23 anos, que estava foragido pelo crime de roubo desde novembro do ano passado, foi até a cidade de Três Marias, e com o auxílio de dois comparsas, invadiu a residência de um gerente bancário. “Os três foram autuados em flagrante pelo crime de extorsão mediante sequestro, porte ilegal de arma de fogo e associação criminosa. Além disso, já foram conduzidos ao Ceresp. A partir de agora, continuamos as diligências no intuito de verificar a existência dessa organização criminosa”, explica o investigador.
Esse jovem, de 23 anos, também é suspeito de ter participado de outros dois sequestros ocorridos em dezembro do ano passado. O comparsa, que tem 20 anos, estava foragido da Justiça pelos crimes de tráfico de drogas e roubo. Já o que tem 40 anos foi contratado para ser motorista.
O investigador enfatiza que, apesar do crime ser consumado na forma jurídica, a família não passou por “intenso sofrimento”, quando eles são separados e colocados em cárceres privados sob ameaças de morte, mutilações e agressões físicas.
Inteligência antecipou crime e avisou a família
Segundo Reis, o gerente foi alertado sobre o possível crime e manteve contato pessoal com a Polícia Civil. “Foi feito um contato prévio e esse gerente já ficou em estado de alerta. Assim que houve a invasão, o gerente conseguiu evadir e fazer contato com a equipe que estava próximo ao local. O pai do gerente chegou a ser arrebatado, inclusive com uma manobra de enforcamento”, afirmou.
Com a chegada da polícia, os criminosos desistiram do crime e tentaram fugir, mas foram detidos em Capim Branco, próximo a Sete Lagoas, por uma equipe que estava mais próxima do local.
A família chegou a ser ameaçada com arma de fogo, mas nenhum membro foi conduzido para cativeiros. No lote, existem três casas, sendo que apenas uma delas tem 12 pessoas.
“Cabe ressaltar que a gente não tinha certeza de que aconteceria o crime. Nós apenas tínhamos informação de que pessoas investigadas estariam na região e, primando pela segurança de todos, nós deslocamos até o local e fizemos esse reconhecimento”, enfatiza Reis.
“O pai [do gerente], de 80 anos, infelizmente foi quem encontrou o primeiro criminoso, junto com a esposa, de 75 anos. Então eles são violentos. Eles utilizaram de uma manobra para enforcamento do pai, porque o pai tentou avisar o filho, mas por conta desse prévio alerta, o filho percebeu que tinha algo errado e conseguiu fazer o contato conosco”, continuou.
Como a polícia tinha investigados no local, a instituição conseguiu avaliar por meio de imagens de segurança e reconhecer que se tratava da família do bancário.