Lua, filha do jornalista e apresentador Tiago Leifert e de Daiana Garbin, foi diagnosticada com um tipo raro de câncer nos olhos, o retinoblastoma. A doença, não tão conhecida, foi identificada em outubro de 2021 na menina de pouco mais de 1 ano de idade.
A informação foi divulgada pelo casal por meio de um vídeo publicado no Instagram. Até o momento, a criança já passou por quatro sessões de quimioterapia.
O Hoje em Dia conversou com a oftalmologista Ariadna Muniz, do Hospital de Olhos Hilton Rocha, em Belo Horizonte, para explicar o que é a doença, os principais sintomas e como é realizado o tratamento.
Entenda:
O retinoblastoma:
O retinoblastoma é um tumor intraocular maligno primário, mais comum em crianças, originário das células da retina. Segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP), pode ocorrer em um olho, sendo unilateral, ou em ambos, bilateral, e geralmente ocorre em crianças com menos de 5 anos.
A doença afeta aproximadamente 6 mil crianças no mundo por ano e ocorre igualmente em meninos e meninas. “Um câncer muito comum na primeira infância. Em alguns pacientes, o caso bilateral pode ter um traço hereditário, sendo mais agressiva”, frisou a oftalmologista Ariadna Muniz.
Quais são os sintomas e como identificar?
A doença pode causar uma alteração do reflexo vermelho dos olhos observado em fotografias. Crianças com a enfermidade apresentam uma mancha branca. Em outros casos, há a possibilidade do estrabismo.
“Também pode ser verificado o movimento de pêndulo de relógio, olho tremendo ou a criança olhando para baixo. Algumas pegam os objetos muito perto e tudo isso é sinal de alerta, mostra que há alguma coisa anormal”, afirmou a médica.
A oftalmologista Ariadna Muniz
Como ocorre o diagnóstico?
O câncer é confirmado após um exame oftalmológico, que pode ser realizado em consultório, e feito com a pupila dilatada. Eventualmente é confirmado com exame sob sedação no centro cirúrgico.
Ainda de acordo com a SBOP, a ultrassonografia ocular deve ser realizada e pode mostrar pontos brilhantes intralesionais consistentes com cálcio. A tomografia computadorizada também pode mostrar as calcificações quando a ultrassonografia não está disponível. A ressonância de crânio é necessária para realizar o estadiamento do tumor.
“Por isso é fundamental fazer o teste do olhinho ao nascer, já na maternidade. Se tiver tudo bem, é importante levar a criança ao oftalmologista entre 2 e 3 anos para a realização do primeiro exame oftalmológico. O caminho é a prevenção”, concluiu Ariadna.
Como é feito o tratamento?
O tratamento envolve quimioterapia e depende da intervenção precoce, sendo adaptado a cada caso. As taxas de cura são superiores a 95% quando feito de forma adequada.
“É comum perder a visão, já que ele é altamente agressivo, mas há formas de tratamento que melhoraram muito nos últimos cinco anos, com resultados mais favoráveis”, finalizou.
A Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica indica que o manejo do retinoblastoma é complexo e envolve quimioterapia e terapia focal ou métodos cirúrgicos, com remoção do olho quando indicado.
“A quimioterapia para o retinoblastoma pode envolver vários métodos diferentes, incluindo as vias intravenosa, intra-arterial, periocular e intraocular. A terapia focal pode consistir em destruição térmica, congelamento (crioterapia), laser e radiação de placa (braquiterapia). Pode ser utilizado um único tratamento ou uma combinação de tratamentos. Devido à sua complexidade, o retinoblastoma deve ser tratado apenas por um oncologista ocular treinado no tratamento de retinoblastoma”, diz a SBOP.
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