Depois de reunião com o prefeito Alexandre Kalil (PSD) na tarde desta segunda-feira (31/1), os comerciantes de Belo Horizonte optaram por abrir as lojas normalmente na terça-feira de Carnaval e na quarta-feira de cinzas, no horário habitual. O impasse havia sido gerado após o gestor municipal cancelar o feriado relativo à festa popular e fazer um apelo aos empresários para que os estabelecimentos funcionassem normalmente.
Os dois dias seriam com atividades fechadas segundo a Lei Municipal nº 5.913/91, que prevê critérios para o funcionamento do comércio durante o Carnaval. Agora, lojistas têm a liberdade de seguir o horário de trabalho previsto no acordo de trabalho – as lojas de rua funcionarão entre 8h e 18h, enquanto os shoppings abrirão habitualmente das 10h às 22h.
A segunda-feira (28/2) será de fechamento para os estabelecimentos, já que será comemorado o Dia do Comerciário.
O pedido feito por Kalil se deve ao risco de aglomerações durante o carnaval, com potencial de maior contaminação pela variante Ômicron do coronavírus. Com o comércio aberto, a prefeitura espera reduzir as festas privadas e, desta forma, frear a expansão da doença.
Inicialmente, apenas o sábado seria considerado dia normal de trabalho para os funcionários. No domingo (27/1), a previsão é de que o comércio ficará fechado em uma contrapartida à autorização de trabalho no feriado de 21 de abril, numa quinta-feira, conforme a convenção coletiva.
Participaram da reunião com Kalil representantes do Sindicato dos Lojistas de Belo Horizonte e Região (Sindilojas) e o Sindicato dos Comerciários de BH e Região (SECBHRM).
Em relação aos comerciários, o acordo com a prefeitura ainda depende de aprovação em assembleia.
“Durante o Carnaval, BH historicamente sempre esteve com o comércio fechado. Sempre negociamos o Dia do Comerciário na segunda-feira. Mas, quando o prefeito falou em abrir o comércio e cancelar o feriado, imediatamente iniciamos uma conversa. Foi muito positivo ele chamar os presidentes dos sindicatos para um diálogo”, afirma o presidente do Sindilojas, Nadim Donato.
Pelo acordo, os empregados que trabalharem terça e quarta vão ganhar dois dias de folga num período de 60 dias. “Temos que fazer esse tipo de negociação e acertar com os sindicatos”, afirmou Nadim.
Por sua vez, João Pedro Periard, presidente do SECBHRM, afirma que a proposta da prefeitura ainda depende de negociação com os funcionários: “É algo regulamentar que tem de ser feito. A assembleia vai nos autorizar a assinar o acordo. Eles vão formular uma proposta e, talvez, na semana que vem tudo esteja definido”.